publicado dia 21 de agosto de 2024
Cartilhas bilíngues visam maior inclusão dos povos indígenas nas eleições
Reportagem: Tory Helena
publicado dia 21 de agosto de 2024
Reportagem: Tory Helena
Resumo: Elaboradas pelo Poder Judiciário, cartilhas nas línguas nativas originárias querem ampliar participação dos povos indígenas nas eleições municipais de 2024.
Como promover o acesso à democracia e ao exercício do voto para os povos indígenas? Com o objetivo de tornar o pleito eleitoral de 2024 mais acessível aos diferentes povos indígenas brasileiros, os Tribunais Regionais Eleitorais do Pará (TRE-PA) e do Tocantins (TRE-TO) elaboraram cartilhas e guias traduzidos para as línguas indígenas Mebêngokrê, Nheengatu, Wai-Wai, Munduruku,Tenetehara, Karajá, Xerente, Apinajé e Krahô.
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Entre os temas abordados nas cartilhas, estão noções básicas sobre voto, campanha eleitoral, segurança na votação eletrônica, além dos principais crimes eleitorais que podem ocorrer durante o pleito municipal.
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“A possibilidade de o eleitorado se identificar como pessoa indígena, com etnia e língua falada, é muito importante para a Justiça Eleitoral traçar melhor o perfil do eleitor brasileiro, sobretudo, para reforçar aos indígenas não só o exercício da sua cidadania plena como eleitor, mas também dar a eles esse direito de autodeclarar o pertencimento étnico”, reforça a assessora-chefe de Inclusão e Diversidade do TSE, Samara Pataxó, no site do Superior Tribunal Eleitoral (TSE).
De acordo com informações do portal de Estatísticas Eleitorais do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), são registrados 102 mil eleitores autodeclarados indígenas. O número representa 8% do total de 1,1 milhão de pessoas indígenas no Brasil, de acordo com último levantamento do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Hoje, há 320 etnias indígenas cadastradas na Justiça Eleitoral.
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No caso do TRE-PA, além do guia “Originários: Sua língua, seu voto, sua representatividade”, que foi elaborado em português e traduzido para as línguas Mebêngokrê, Nheengatu, Wai-Wai, Munduruku e Tenetehara, também foram produzidos 25 vídeos curtos gravados nas línguas indígenas.
Além de incluir os povos indígenas nas eleições, a proposta é proporcionar uma compreensão mais ampla e facilitada do processo eleitoral a esse público, com informações sobre cidadania, democracia, candidatura de pessoas indígenas e direito ao voto.