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publicado dia 26 de setembro de 2014

Bairro Educador de Heliópolis pensa sobre desafios de se construir um Bairro Educador; confira cobertura

Reportagem:

Especial produzido em colaboração com o Centro de Referências em Educação Integral e Promenino

O que uma pessoa precisa para se desenvolver adequada e integralmente? Leituras, esportes, brincadeiras, atividades culturais, convivência com a diversidade, jogos, desafios, seminários, debates sobre política e cidadania, informática… Para cada indivíduo há uma diferente combinação destes e outros inúmeros elementos – de acordo com as suas necessidades e interesses. Olhar e trabalhar toda esta complexidade é um dos desafios e dos objetivos da educação integral.

A escola costuma ser a resposta mais recorrente quando o assunto é educação e desenvolvimento. Ainda que a instituição seja central neste processo, ela sozinha não consegue dar conta do desenvolvimento integral dos indivíduos. Centros culturais, bibliotecas, associações de moradores, praças, empresas são exemplos de diferentes espaços, instituições e atores que podem se articular parar contribuir com a tarefa.

Buscando entender como os diferentes atores podem se conectar e buscando fortalecer a construção de um território com oportunidades educativas que possibilite o desenvolvimento integral, acontece nesta semana o IV Seminário Bairro Educador Heliópolis, na cidade de São Paulo, que se encerra no sábado (27/9). Entre os temas debatidos estiveram presentes a formação de professores para crianças, políticas públicas para juventude, direito à cidade, mobilização comunitária, direitos humanos e rede de proteção social, educação integral e tecnologia e comunicação na construção de um bairro educador.

Educação integral e o território

Para a diretora da Associação Cidade Escola Aprendiz, Helena Singer, a diversidade educativa é uma das características da educação integral. Ainda que alguns bairros possam parecer carecer destas possibilidades, muitas vezes elas somente precisam ser reveladas. “No Jardim Ângela, abriu-se espaço dentro da associação de moradores para que acontecessem oficinas, conseguiu-se criar um espaço cultural dentro de uma escola estadual e os próprios jovens começaram a desenvolver atividades como roda de leitura e cinema”, relata Helena.

Outro exemplo, vindo da Vila Madalena, mostra que a revitalização de praças e becos é um momento de articulação comunitária e propicia o uso do espaços para oficinas de skate ou grafite e a realização de festas. O bairro, onde está localizada a Associação Cidade Escola Aprendiz, conta ainda com um restaurante que abriu suas portas para que adolescentes ensinassem informática aos idosos. A ex-secretária de educação da cidade de São Paulo, Cida Perez, argumenta que “para educação integral não é necessário ter grandes equipamentos [como os CEUs da cidade], é preciso aproveitar os espaços que existem”.

Polo Cultural e de Educação de Heliópolis.

Assim, o desafio da educação integral é também de articular e potencializar as possibilidades que existem. “A questão é como a gente integra vários atores em torno daquela pessoa para possibilitar seu desenvolvimento integral”, problematiza Helena. Esta articulação demanda um processo de reflexão e debate. “Quando falamos em educação integral e desenvolvimento local, estamos revendo o papel de todas as organizações do território; todos teremos que nos reinventar.”

 

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