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publicado dia 19 de janeiro de 2012

Pesquisa mostra insatisfação dos paulistanos com a cidade e seus governantes

O paulistano está insatisfeito com a sua experiência de vida na metrópole. Ao dar uma nota para a realidade que vive atribui, em média, 4,9 – numa escala de zero a dez. Pior: cinco pessoas, a cada dez, têm vontade inclusive de deixar a cidade. O quesito “honestidade dos governantes” foi o que obteve pior desempenho: a nota foi de 2,9.

Também, pudera: para uma consulta médica são, em média, 52 dias de espera. É uma média: nos rincões mais afastados da cidade, o prazo é maior. No deslocamento de casa para o trabalho, o passageiro vê pelas ruas da cidade o tempo da sua vida passar: são pelo menos duas horas por dia, no melhor cenário – notadamente os bairros da região norte da cidade – e mais de três para os da zona leste – região em que acontecerão os jogos da Copa de 2014.

Estes são alguns dos dados da pesquisa encomendada pela Rede Nossa São Paulo – articuladora comunitária da sociedade civil – realizada pelo Ibope entre novembro e dezembro de 2011 para medir a percepção do cidadão com relação a sua qualidade de vida. Os dados foram apresentados agora, em evento no Sesc.

Em ano de eleições municipais, sobressai a queda na confiança dos entrevistados em relação a todas as instituições e órgãos públicos apresentados no questionário. Bombeiros (86%), Correios (81%), Metrô (74%) e Sabesp (70%) foram os que mais receberam respostas de confiança. Na ponta oposta, a Câmara dos Vereadores (69%), o Tribunal de Contas do Município (63%), a Prefeitura (64%) e as Subprefeituras (59%) foram os mais desqualificados.

A pesquisa completa está disponível on-line. Acesse aqui.

[stextbox id=”custom” caption=”Pré-candidatos a prefeito comentam a pesquisa” float=”true” width=”580″]

Ante um cenário de severas desigualdades em praticamente todos os indicadores sociais, com melhores condições no centro e adjacências e pouco ou nenhum investimento na periferia, surgiu novamente a questão: qual é o modelo de desenvolvimento que os paulistanos querem pra si? Foram convocados seis pré-candidatos à prefeitura da cidade para que apresentassem suas alternativas após o lançamento da pesquisa. O atual mandatário, Gilberto Kassab, e seus secretários de governo, também convidados, não compareceram.

Cada candidato ou representante de partido teve dez minutos para suas considerações. Pelo sorteio, Gabriel Chalita (PMDB) foi o primeiro. Para o deputado federal, que manifestou um “sentimento de vergonha” ante a realidade apresentada, “a sociedade tem ensinado a classe política a ouvir mais a população”. Maurício Costa, representante do PSOL – sem candidato definido – foi notadamente o que mais angariou adesões da plateia. Em sua fala, destacou uma curiosa contradição: “A cidade está mais militarizada, seja pelas ações recentes da PM ou a nomeação de coronéis para 30 das 31 subprefeituras e, no entanto, é crescente a insegurança”. De fato, de acordo com a pesquisa, o item “sensação de insegurança” passou de 24% em 2010 para 35% em 2011 – um dos aumentos mais expressivos.

Netinho de Paula (PC do B) iniciou sua fala ressaltando que ele também passou pelos mesmos gargalos apontados na pesquisa, que cobre desde índices sobre os serviços essenciais, mas também investiga a repercussão da precariedade nos modos de vida, verificados, por exemplo, pelos hábitos de consumo ou pela satisfação com relação à própria sexualidade. Para o candidato, “quem administrou a cidade não olhou para o povo pobre como deveria”. Na vez de Soninha Francine (PPS), ela ressaltou a necessidade de se pensar as especificidades de cada região, e dar atenção ao compartilhamento dos espaços comuns: “Numa mesma subpreitura, como é o caso da Lapa, por exemplo, você tem uma realidade muito diversa de um bairro para o outro”.

Fernando Haddad, atual ministro da educação e pré-candidato pelo PT não compareceu, informando ter seguido recomendação do Comitê de Ética Pública, quanto à incompatibilidade com o cargo que desempenha atualmente. Seu representante, Antônio Donato, disse da “necessidade de aproximar os mecanismos de controle social da população”. Ele também defendeu a descentralização da cidade: “Não tem desenvolvimento local nos bairros. Uma cidade com 11 milhões de habitantes não pode ser administrada de forma centralizada”. Por fim, Luiz Carlos Bósio, representante do PV, sem pré-candidato definido, reiterou a importância de descentralizar poderes: “A regionalização é fundamental”, disse.

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