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publicado dia 4 de fevereiro de 2013

“O primeiro engajamento é estar no território”, defende ativista

Campus Party discutiu ativismo de sofá e o papel mobilizador da Internet.

Por Yuri Kiddo
Publicado originalmente em ProMenino Fundação Telefônica

No dia 29 de janeiro, a Comunidade Conectada foi o tema central do Cubo de Conteúdo, espaço de debates na sexta edição da Campus Party. Mediada pela gerente de assuntos relacionados à infância e adolescência da Fundação Telefônica | Vivo, Patrícia Santin, a mesa teve a presença do diretor de redação da revista Galileu e dono do site Trabalho Sujo, Alexandre Matias; do fundador da Dharma, agência que mobiliza jovens moradores das favelas do Rio em torno de projetos de criatividade, Dinho França; do curador digital da rede itsNOON, Rodrigo Masuda; e da sócia-fundadora do AsBoasNovas, Carol Romano.

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O fórum debateu a mudança de geração em torno do ativismo de sofá e o papel da internet na sociedade conectada. França ressalta a importância da presença física além do virtual, principalmente com a população periférica. “O primeiro engajamento é estar no território de alguma forma. Estamos presentes na favela provocando a reflexão no jovem e indo além do site e do virtual, ferramentas extremamente importantes, mas que não suprem essa necessidade territorial”.

Para Matias, este também é o ponto crucial do debate. “Como mobilizar além da internet e ganhar força também no offline?”, questiona. O fundador da Dharma explica como o virtual pode ser usado como ferramenta mobilizadora a partir do momento em que se compreende esse papel. “A internet é um veículo, ela não é um fim, assim como o dinheiro. A tecnologia é um meio utilizado por pessoas, e deve servir às pessoas. Quando se entende que a internet e a tecnologia são ferramentas, os coletivos se agrupam e o meio é utilizado de forma correta. A gente tira o fetiche do objeto e passa a atender pessoas”.

Romano conclui e relembra alguns movimentos como a Primavera Árabe, que teve uma campanha utilizando mídias sociais para organizar, comunicar e sensibilizar a população e a comunidade internacional. “A melhor maneira de mensurar esse poder das redes é perceber o quanto essa revolução virtual contribui para revoluções físicas”. Santini completa ao afirmar que atualmente essas tecnologias são parte do nosso corpo. “Quando colocamos em oposição o ativismo de sofá versus a mobilização social na rua, são formas de manifestações de uma nova geração, nascida nessa era tecnológica. E isso é muito bom, os movimentos que estamos observando começam no virtual e vão para o real”. E relembra a campanha “É da nossa conta! Trabalho infantil e adolescente”, da Rede Promenino, que teve as mídias sociais como principal ferramenta mobilizadora e contou com o apoio de adolescentes. “Os ativistas de sofá ajudam a amplificar a causa, mesmo que seja só pelo clique. Mas para mudar algo que nos incomoda, é preciso fazer muito mais. E tomara que um dia este ativista consiga se conscientizar disso”.

A mudança é radical de forma política e social em todo o mundo. França usa o exemplo de jovens que utilizam celular para gravar músicas de funk carioca e têm mais de dois milhões de visualizações no Youtube, por exemplo, e o quanto isso afeta a comunicação e a indústria fonográfica.  “Na década de 1960 a juventude usava a guitarra elétrica para existir, na Tropicália. A guitarra de hoje é o Twitter, o Youtube. Atualmente está rolando uma Tropicália nas conexões, uma mudança de pensamento de conexão e da juventude. Nós, enquanto mais velhos, precisamos ressignificar em como atender e entender isso”.

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