Como abordar temas como homofobia, violência sexual infantil e doenças sexualmente transmissíveis em sala de aula? Para preparar profissionais da educação e da saúde a trabalharem com essas e outras questões correlatas, a Faculdade de Ciências e Letras da Universidade Estadual Paulista (Unesp), câmpus de Araraquara, criou o primeiro mestrado em Educação Sexual do País.
“Apesar das tentativas do governo de levar a discussão sobre homofobia e da discriminação de gênero para as escolas, a sexualidade ainda é um assunto envolto em tabu e a sociedade rejeita a discussão”, diz o coordenador do programa, Paulo Rennes Marçal Ribeiro.
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“Nós acreditamos que, com a oferta de profissionais especializados, a população se torne mais receptiva à conscientização de crianças e adolescentes”, afirma Ribeiro.
O programa de mestrado profissional da universidade paulista vai ofertar 20 vagas a partir do ano que vem em duas linhas de pesquisa – Sexualidade e Educação Sexual: Interfaces com a História, a Cultura e a Sociedade; e Desenvolvimento, Sexualidade e Diversidade na Formação de Professores.
A primeira investigará questões como a relação entre cultura e sexualidade, historiografia da educação sexual no Brasil, violência sexual e homofobia, já a segunda tratará da formação docente e do desenvolvimento sexual na infância, adolescência e vida adulta.
“Escolhemos o mestrado profissional porque, diferentemente do mestrado acadêmico, voltado somente à pesquisa, nossa modalidade valoriza a experiência e a prática diária dos alunos, permitindo, inclusive, que a dissertação (trabalho de conclusão) seja elaborada a partir da atuação profissional”, diz Rennes.
É esperado que o resultado das pesquisas inclua o estudo de práticas pedagógicas, metodologia de ensino e criação de técnicas e material didático para o campo da sexualidade e da educação sexual.
O processo seletivo deve ocorrer entre setembro e outubro deste ano e a duração do curso será de dois anos.
Especialistas. Fazem parte do corpo docente dos cursos professores da Unesp (câmpus de Araraquara, Bauru e Rio Claro), Universidade de São Paulo (USP) e Universidade Federal de São Carlos (UFSCar), além de visitantes de Portugal e da Espanha.
(Estadão)