A UnB (Universidade de Brasília) está em alerta. A instituição solicitou às polícias Civil, Militar e Federal para reforçar a segurança no campus nesta sexta-feira, após tomar conhecimento de novas ameaças contra estudantes publicadas na internet.
No final de março, Emerson Eduardo Rodrigues e Marcelo Valle Silveira Mello foram presos após publicarem mensagens de ódio em um blog. De acordo com a polícia, eles planejavam um massacre na universidade.
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O DCE (Diretório Central dos Estudantes) da UnB fez um pedido aos alunos para que não compareçam à instituição nesta sexta-feira, porque seguidores de Emerson e Marcelo teriam marcado um atentado para esta data.
“Infelizmente as ameaças continuam nas redes sociais, nos sites de conteúdos preconceituosos, machistas e homofóbicos. Ainda que soe alarmista, pedimos a todos os estudantes que não compareçam à UnB hoje. Tendo como prioridade a segurança de nossa comunidade acadêmica, sejamos cautelosos”, diz a nota que ainda está disponível no Facebook.
Alguns professores, principalmente dos cursos de ciências sociais, como antropologia e sociologia, e da comunicação social, como jornalismo e publicidade, dispensaram os alunos das aulas.
A assessoria de comunicação da UnB diz ainda não ter o número exato das turmas que foram liberadas, mas que vai monitorar a situação até o fim do dia.
Ainda hoje foi feita uma varredura no principal prédio de acesso dos alunos, apelidado de “Minhocão”. A Polícia Militar está à paisana e deve permanecer no local até que a situação se acalme.
A instituição, no entanto, não deu ordem de suspender o dia letivo para não criar “situação de pânico”, mas deixou os docentes livres para decidir se darão as aulas.
DENÚNCIAS
O clima de insegurança na universidade se mantém desde o fim do ano passado. Mensagens de ódio eram postadas na internet por Emerson Eduardo Rodrigues e Marcelo Valle Silveira Mello, presos em Curitiba, no dia 22 de março, pela Polícia Federal, durante a Operação Intolerância.
Eles foram investigados por mais de quatro meses e diziam planejar um massacre na universidade após o carnaval.
As ameaças eram feitas por um blog, criado pelos dois homens, que já foi tirado do ar. A página recebeu mais de 70 mil denúncias.
No espaço, eles também disseminavam mensagens de apologia a crimes de violência contra mulheres, negros, homossexuais, nordestinos e judeus, além de incitações a abuso sexual contra crianças. E postavam fotos de pessoas mortas de maneiras violentas.
(UOL)