publicado dia 27 de agosto de 2013
Estudo encomendado pela Fundação Telefônica Vivo sobre os impactos do trabalho infantil nos países do Cone Sul da América Latina (Brasil, Argentina, Uruguai, Paraguai e Chile) revelou que a prática prejudica o desempenho escolar de crianças e adolescentes.
Leia mais
Estudo revela impacto da exploração de crianças e adolescentes no Cone Sul
Divulgada durante o IV Encontro Internacional Contra o Trabalho Infantil, realizado ontem (26/8) em São Paulo, a pesquisa mostra que o desempenho escolar das crianças que trabalham é, em média, inferior ao daquelas que não trabalham. Para as crianças que exercem algum tipo de atividade econômica, mesmo que não remunerada, a possibilidade de ser aprovado na escola reduz 17,2%, enquanto a evasão escolar aumenta 22,6%.
O trabalho infantil, definido pela Organização Internacional do Trabalho (OIT) como qualquer atividade econômica exercida por crianças com menos de 12 anos e jovens abaixo dos 18, é enquadrado como uma das “piores formas de trabalho” ao afetar diretamente a saúde mental e física de crianças e adolescentes.
No Brasil, trabalhar fora de casa pode ser responsável por um desempenho até 11% inferior aos alunos do 5º ano do ensino fundamental em detrimento dos que não trabalham; o trabalho doméstico reduz o desempenho em 6%. O estudo também aponta que 20% dos adolescentes que trabalham não frequentam a escola.
Agricultura
A pesquisa mostra ainda que crianças e adolescentes com nível educacional semelhante ao de adultos ganham muito menos quando exercem a mesma atividade econômica, sendo inclusive desprovidos de direitos trabalhistas. Mais de dois terços de adolescentes entre 16 e 17 anos trabalham sem carteira assinada.
Segundo a pesquisa, que usa dados do Programa de Informações Estatísticas e Monitoramento do Trabalho Infantil (Simpoc), o perfil dessas crianças ocupadas no Brasil é geralmente de meninos, primogênitos e afrodescendentes. No país, as principais atividades infantis estão ligadas à agricultura.
Erradicação
Entre 1999 e 2011, houve uma diminuição de 44,6% no número de crianças e adolescentes que trabalham no Brasil. Contudo, ainda existem 3,67 milhões de crianças trabalhando no país – ou 8,6% da população nessa faixa etária. Desse total, 62,8% estão nas áreas urbanas e 37,8% na zona rural.
Segundo o estudo, a erradicação do trabalho infantil aumenta o nível educacional do país e gera ampliação da renda, além de melhor desempenho econômico.
Clique aqui para ler na íntegra a pesquisa “Trabalho Infantil e Adolescente: impacto econômico e os desafios para a inserção de jovens no mercado de trabalho no Cone Sul”.