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publicado dia 23 de outubro de 2013

SP terá praça e memorial para homenagear Vladimir Herzog

"25 de Outubro" de Elifas Andreato ilustrará memorial em mosaico feito por alunos do Projeto Âncora.

O jornalista Vladimir Herzog, morto pela ditadura, ganhará uma importante homenagem este ano da cidade de São Paulo. Nesta sexta-feira, 25 de outubro, dia de sua morte, será inaugura a Praça e Memorial Vladimir Herzog, às 11h30, na rua Santo Antônio, atrás do prédio da Câmara Municipal de São Paulo.

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Vladimir Herzog, ou Vlado, cuidava da edição do telejornal da TV Cultura quando foi chamado a prestar depoimentos no Departamento de Ordem Política e Social (DOPS), após um discurso de José Maria Marin, à época, um deputado que acusava a emissora pública de esquerdismo, hoje, presidente da Confederação Brasileira de Futebol (CBF). Vlado nunca mais voltou. O jornalista foi morto e dado como suicida, deixando dois filhos e mulher. Sua morte despertou a indignação no país, naquele 25 de outubro de 1975, acelerando o processo de volta à democracia.

A morte do Vlado ganhou também especial relevância neste ano, quando inúmeros jornalistas foram agredidos, presos e feridos pelas tropas de segurança pública, enquanto a Comissão Nacional da Verdade, e seus braços municipais, estaduais e universitários, se debruçam para investigar os crimes do passado. O Prêmio Vladimir Herzog de Jornalismo deste ano, em sua trigésima quinta edição, trata neste ano justamente da violência contra jornalistas.

A inauguração, promovida pela Câmara Municipal da Cidade, é anunciada como “resultado da luta de diversas instituições e personalidades ligadas aos direitos humanos, além da própria família Herzog. Entre elas estão a Comissão Municipal da Verdade Vladimir Herzog, o Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Estado de São Paulo e a Oboré (agência especializada em comunicação popular).

Na praça, haverá um mosaico feito pelo Projeto Âncora, coordenado pelo educador português José Pacheco, que atua com jovens na cidade de Cotia, na Grande São Paulo. O mosaico reproduzirá a pintura “25 de Outubro”, feito por Elifas Andreato para retratar a morte do jornalista, livremente inspirado no quadro Guernica, de Picasso, que trata da violência da Guerra Civil Espanhola.

Nome de rua

Na Vila Leopoldina, bairro da zona oeste da capital paulista, uma rua sem saída leva o nome do delegado Sérgio Paranhos Fleury, chefe do Departamento de Ordem Política e Social (DOPS) durante a ditadura e responsável por inúmeros casos de tortura e assassinatos – muitos ainda não apurados.

Mas não é apenas na Vila Leopoldina que ditadores e agentes da repressão são homenageados. Muitas ruas, rodovias, pontes ainda levam nome de militares ou apoiadores do regime, o que têm motivado diversas organizações e movimentos sociais a rebatizarem simbolicamente esses lugares, trocando os nomes das placas. Em 2004, a Avenida Roberto Marinho recebeu adesivos que a rebatizavam com o nome de Herzog. E a prática têm se espalhado desde então.

Em São Paulo, ao menos 12 ruas e espaços públicos possuem identificação com autoridades do regime militar. O prefeito Fernando Haddad, promulgou uma lei no início do ano que autoriza a mudança de nome de logradouros que homenageiem qualquer “autoridade que tenha cometido crime de lesa-humanidade ou graves violações de direitos humanos”.

Um projeto de lei, do vereador Toninho Vespóli  (PSOL), caminha também neste sentido ao propor que as comunidades escolares sejam responsáveis por escolher e aprovar os nomes de suas escolas. Saiba mais aqui.


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