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A assembleia dos professores da rede municipal de São Paulo terminou no início da noite de hoje (10) com insatisfação dos professores e cerco ao presidente do Sindicato dos Profissionais em Educação no Ensino Municipal em São Paulo (Sinpeem), Claudio Fonseca, também vereador do PPS, base aliada do prefeito Gilberto Kassab (PSD).

Fonseca saiu da praça do Patriarca, no centro da capital paulista, local da assembleia, por volta das 18h, escoltado por batedores da Polícia Militar. O sindicalista ficou cerca de duas horas preso no interior do caminhão de som, após decretar o fim da greve dos professores da rede pública municipal, apesar dos apelos dos professores para reconsiderar a decisão.

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Durante votação pela continuidade ou não do movimento, iniciado no dia 2, a categoria ficou dividida, e o presidente decidiu finalizar a paralisação sem realizar uma segunda votação que mostrasse a decisão exata.

Segundo professores que estavam no caminhão de som, próximos a Fonseca, que preferiram não se identificar, ele teria desligado o microfone logo depois de indicar o fim da paralisação. Em seguida, tentaram tirar o caminhão do local rapidamente, mas os trabalhadores cercaram o veículo e impediram a saída.

“Quando houve a decisão pela greve, ele colocou em votação quatro vezes. Agora que a categoria ficou dividida e houve dúvidas sobre o resultado, ele ignorou os pedidos de nova votação, desligou o microfone e queria ir embora. Não é a primeira vez que ele faz isso”, expõe uma professora que pediu sigilo sobre seu nome.

A ação de Fonseca foi motivo de críticas, inclusive de professores que votaram pela retomada das aulas. “Meu voto foi por retornar, mas agir dessa forma é antidemocrático”, interpretou uma das profissionais que impediram a saída do caminhão.

Centenas de professores se mantiveram em torno do caminhão até a chegada da PM. Enquanto permaneceu no alto do caminhão de som, Fonseca foi alvo de ovos, vaias e garrafas de água. O comandante da operação, tenente Arnaldo Ferreira, disse às 15h que havia “no máximo 1.500 pessoas na assembleia”, mas pessoas chegavam “a todo momento”.

“É um absurdo o que eu vivi aqui hoje. Já vi a polícia reprimir manifestação de trabalhadores, mas sindicato que reprime foi a primeira vez”, disse a professora aposentada Jane Arruda, acompanhada da mãe. “Entrei no banco correndo para proteger minha mãe, uma idosa, e muitas professoras tiveram de correr com filhos pequenos da Polícia Militar, que chegou utilizando gás pimenta”, descreveu.

Uma professora de um Centro de Educação Infantil (CEI) da prefeitura correu para proteger a filha de 4 anos que a acompanhava. A irmã preferiu se manter no protesto e foi alvo do gás de pimenta.

Após a confusão, centenas de professores realizaram uma assembleia sem a presença dos dirigentes do sindicato para decidir os próximos passos da categoria. A principal deliberação foi de reorganizar o movimento e informar os colegas sobre os problemas enfrentados na assembleia. Nova reunião do grupo está marcada para o sábado (14), na região central.

Sindicato

Em nota postada no site do Sinpeem, Fonseca afirmou que “os profissionais de educação, após analisarem as propostas apresentadas pelo governo municipal decidiram encerrar a greve”.

“Com a garantia dos dias parados, a apresentação das demais propostas e a constatação de que houve queda acentuada de adesão ao movimento, a maioria dos profissionais de educação presentes decidiu não rejeitar as propostas apresentadas pelo governo e manter a negociação com a administração municipal”, disse o dirigente.

Fonseca atribui a confusão na assembleia a “grupos infiltrados entre os profissionais de educação, que certamente não pertencem à categoria, (que) reagiram com violência atirando garrafas, paus e ovos. Uma demonstração clara de que não segue sequer as indicações das centenas de escolas que, tendo participado da greve entre os dias 4 e 10 de abril, afirmavam que a decisão de suas unidades era pela suspensão da greve”.

(Rede Brasil Atual)

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