publicado dia 19 de outubro de 2012
A Associação Cidade Escola Aprendiz, em parceria com a Cáritas Arquidiocesana de São Paulo e a Editora Moderna, desenvolveu o projeto “Trilhas da Cidadania – a língua portuguesa pela cidade”, que auxilia imigrantes e solicitantes de refúgio em São Paulo na inserção social por meio de aulas de português, atividades culturais e encaminhamento ao mercado de trabalho.
Segundo a ACNUR – Agência da ONU para Refugiados, no Brasil há, atualmente, cerca de 4.500 refugiados de 77 nacionalidades diferentes, sendo que a maioria reside em centros urbanos. Esse número reforça a necessidade de dar apoio a esses estrangeiros que, enquanto aguardam a avaliação de refúgio pelo Comitê Nacional para Refugiados (CONARE), para estadia definitiva, passam por uma fase de privações e dificuldades de inclusão social, sobretudo de comunicação – por não terem domínio da língua, sofrendo também com a falta de emprego.
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O “Trilhas da Cidadania”, que teve início em agosto desse ano, conta uma turma heterogênea de, aproximadamente, 20 estrangeiros, entre eles haitianos, peruanos, bolivianos, senegaleses, congoleses e maleses.
Os imigrantes e solicitantes de refúgio frequentam as aulas ministradas por Jonas Waks de segunda à quinta-feira, com o apoio do material didático cedido pela Editora Moderna que consiste em um dicionário da língua portuguesa e a obra de Educação de Jovens e Adultos (EJA). Segundo a Gestora do bairro-escola Luz, Wendy VillasBoas, o projeto é mais do que um curso de língua portuguesa, ele trabalha com as metodologias que o Aprendiz vem desenvolvendo de Trilhas Educativas. “A gente está falando de uma conexão dessas pessoas com a cidade, dessas pessoas acessando a cidadania, conhecendo São Paulo. Elas estão chegando agora, então querem entender onde estão. Para isso, a gente utiliza as trilhas educativas, partindo do interesse dos alunos para fazer percursos exploratórios pela cidade”, diz Wendy.
As aulas acontecem na sede administrativa do Museu de Arte Sacra, localizado na Luz. Lá, os alunos “encontraram um ambiente de acolhimento, um espaço que podem compartilhar com os colegas que estão na mesma situação, todos tentando aprender o português, contando suas histórias”, complementa Wendy sobre o espaço de troca e identificação que os estrangeiros criaram durante as aulas com a ajuda de Jonas Waks.