Informações com Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome
A maioria dos alunos do Liceu Ribamarense, em São José do Ribamar (MA), recebe o Bolsa Família: 80% dos 320 alunos são beneficiários do programa de transferência de renda. A escola obteve a melhor nota do estado no Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb) de 2011: 6,8 (na avaliação anterior, de 2009, o índice foi 6,6). “Os professores são muito bons e ensinam bem”, avalia a comerciante Edilene Rosa Cabral Fonseca, que tem um filho há cinco anos na escola e é beneficiária do Bolsa Família há três. Para ela, o fato de ser integral ajudou na boa nota obtida pela escola.
Atualmente, são 18,3 milhões de estudantes beneficiários do Bolsa Família, espalhados em 160 mil escolas em todo o País. Dessas, 17.572 têm mais matrículas de alunos do Bolsa Família (superior a 50%) que não participantes do programa, totalizando 4,5 milhões de estudantes.
Em todo o Maranhão, são 2.054 escolas públicas com mais de 50% dos alunos beneficiários do programa, totalizando nelas 477,3 mil estudantes. “Ter o aluno o dia inteiro na escola contribui para o índice, além de um quadro de professores exclusivos”, diz a diretora do Liceu, Inailde Gomes Pereira. Na instituição, os professores também ficam em turno integral e não precisam se desdobrar em mais de um emprego.
Segundo a diretora, todas as atividades são feitas na escola. Com isso, os alunos não levam tarefas para casa. Ao contrário de outros estabelecimentos de ensino integral, no Liceu Ribamarense as atividades são diversificadas durante o dia. Além disso, algumas disciplinas, como língua portuguesa e matemática, têm carga horária maior. Entre as disciplinas, aulas de filosofia desde o primeiro ano e escola de esportes – com opção para futsal, vôlei, basquete, futebol, handebol, vôlei de praia e atletismo.
Laboratórios – Os alunos recebem todo o material pedagógico, lanche e almoço, além de transporte escolar. Eles têm à disposição laboratório de ciências e de informática, sala multimídia, quadra de esportes e biblioteca.
A frequência dos alunos também é monitorada à risca – ela é uma das chamadas condicionalidades dos beneficiários do Bolsa Família. A diretora diz que aluno algum falta sem que eles saibam o porquê e os pais já têm o hábito de ligar avisando. No caso de mais de três dias de falta sem motivo, a escola procura os familiares.
Escolas para filhos de agricultores são as melhores do CE
Na pequena Pedra Branca, a 300 quilômetros de Fortaleza (CE), duas escolas empataram com o melhor índice no estado (8,1) e o sexto do País. Ambas estão na zona rural do município e têm mais de 90% dos alunos beneficiários do Bolsa Família, quase todos filhos de agricultores familiares. “Prezo muito por ele, já que não estudei”, conta a agricultora Maria Adriana de Souza Pereira, sobre o seu filho que estuda na escola Cícero Barbosa Maciel.
Os professores da escola haviam estabelecido a meta de chegar à média de 7,9 no ano passado – superada pelos 8,1. “O resultado reflete o empenho da comunidade escolar, dos pais e professores”, diz a diretora Maria Ducilene Pereira da Silva. Desde 2011, os alunos têm jornada ampliada, com reforço escolar.
Maria Ducilene diz que a evasão e repetência eram altas. “Por isso, trouxemos a família para dentro da escola”. Em 2006, os índices chegavam a 40% e hoje estão em torno de zero. Ela acredita que dois motivos contribuem para o resultado no Ideb: os professores têm um dia na jornada para planejar as aulas e as turmas não são numerosas – média de 24 alunos.
A outra escola que também atingiu a maior nota do Ceará, a Escola Municipal Sebastião Francisco Duarte, também superou as expectativas. A meta para 2011 era de 7,8, depois de ter obtido 7,6 na avaliação anterior. O Ceará tem 2.332 escolas com mais de 50% de alunos beneficiários do Bolsa Família, que totalizam 654,8 mil estudantes.