O primeiro dia da greve nacional de professores convocada pela CNTE (Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação) teve adesão de 23 Estados e do Distrito Federal, segundo a entidade. A paralisação entra no segundo dia hoje (15) e deve durar até amanhã (16). A principal reivindicação da categoria é o cumprimento da Lei do Piso – o novo valor anunciado pelo MEC (Ministério da Educação) é de R$ 1.451. O protesto também defende um maior investimento público em Educação.
O presidente da CNTE, Roberto Franklin Leão, afirma que o movimento pode ser ampliado, por tempo indefinido, conforme as assembleias da categoria em cada Estado. Os professores do Piauí, Goiás, Rondônia e Distrito Federal já interromperam as aulas.
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Segundo um levantamento feito com as secretarias de educação dos Estados, nove deles ainda não pagam o piso nacional dos docentes. Pelas contas dos sindicatos, são 17 Estados que não cumprem a Lei.
São Paulo
Na rede estadual de São Paulo, a presidente da Apeoesp (Sindicato dos Professores do Ensino Oficial do Estado de São Paulo), Maria Izabel Azevedo Noronha, estima que cerca de 35% dos professores participaram do primeiro dia de paralisação. “Esse índice deve aumentar amanhã e na sexta deve chegar a 80%”, afirmou. A assembleia do sindicato está marcada para sexta-feira (16).
A Secretaria de Educação do Estado afirma que 5% dos professores não compareceram às aulas nesta quarta. De acordo com a secretaria, o número “corresponde a média diária habitual”. A rede estadual de São Paulo atende cerca de 4,2 milhões de estudantes, tem 220 mil professores e 5,3 mil escolas.
Rio de Janeiro
No Rio de Janeiro, as atividades foram suspensas por apenas 24 horas. A manifestação foi pacífica e não atraiu a atenção de muitos profissionais. Os servidores estaduais e do município do Rio se reuniram na Cinelândia, região central da cidade.
Segundo a coordenadora do Sindicato Estadual dos Profissionais de Educação, Suzana Gutierres, uma paralisação na rede municipal não está descartada ainda para este mês. “A rede municipal tem uma urgência grande. Esse ano é um ano de eleição e nós temos até o dia 3 de abril para poder conquistar um aumento”, disse.
Brasília
Os professores de Brasília fizeram ontem (14) um ato público em frente à residência oficial do governador do Distrito Federal, Agnelo Queiroz. Segundo informações da Polícia Militar, cerca de mil professores compareceram à manifestação que fechou a via marginal da Estrada Parque Taguatinga (EPTG), sentido Brasília, até às 12h.
Segundo informações de representantes do Sindicato dos Professores no Distrito Federal (Sinpro-DF), a solução para o final da greve estaria no repasse do Fundo Constitucional – recursos federais que são repassados ao governo local para custear, integralmente, os gastos com segurança pública e, parcialmente, as despesas com saúde e educação.
Curitiba
Os professores da rede municipal de Curitiba entraram em greve por tempo indeterminado nesta quarta-feira (14) para pedir melhorias salariais e de trabalho. Segundo o Sismmac (Sindicato dos Servidores do Magistério Municipal de Curitiba), cerca de 80% das escolas estão sem aula hoje e aproximadamente 7 mil docentes e servidores participam de um ato pelas ruas da cidade.
A rede municipal de Curitiba tem cerca de 100 mil alunos, 181 escolas e aproximadamente 10 mil professores.
Pernambuco
Mesmo recebendo o piso salarial da categoria – de R$ 1.451,00 – 85% dos professores da rede estadual de Pernambuco aderiram ao primeiro dia da greve pelo cumprimento da lei nacional do salário base, deixando cerca de 700 mil do total de 830 mil alunos das escolas estaduais sem aulas. A estimativa é do Sintepe (Sindicato dos Trabalhadores na Educação de Pernambuco). Segundo seu presidente, Heleno Araújo, a luta nacional não é unicamente pelo piso, mas pelo repasse de 10% do Produto Interno Bruto (PIB) nacional para a educação.
O secretário estadual de Educação, Anderson Gomes, não vê motivo para a paralisação e anunciou que os professores grevistas terão os dias descontados nos salários. Ele afirmou que Pernambuco aderiu ao piso nacional do professor desde a sua aprovação e que nos últimos dois anos houve um ganho real salarial de 40% em toda a rede estadual.
Veja informações sobre outros Estados no site da CNTE.
(UOL)