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Por Alana Granada, da Agência Brasil

A Fundação Biblioteca Nacional (FBN), do Ministério da Cultura (MinC), anunciou hoje (4), na Festa Literária Internacional de Paraty (Flip), que ocorre nessa cidade fluminense, novos programas  para a internacionalização do livro e do escritor brasileiro.

A iniciativa faz parte da segunda etapa do Programa de Internacionalização do Livro e da Literatura Brasileira. As ações serão coordenadas pelo recém-criado Centro Internacional do Livro da FBN e preveem investimentos de R$ 76 milhões até 2020.

“Esse conjunto de programas e ações que formam a segunda etapa significa que o Brasil está se colocando para atuar no mercado mundial a partir da visão de uma política de Estado. Acho que isso é o mais relevante de tudo”, destacou à Agência Brasil o presidente da FBN, Galeno Amorim.

“Essa é uma das prioridades da política do livro que o governo federal vai passar a promover  e pretende ampliar no próximo período”, completou o secretário executivo do Ministério da Cultura, Vitor Ortiz.

Os quatro programas incluem bolsas de tradução para livros técnicos, científicos e profissionais; apoio à publicação nos países de língua portuguesa; residência de tradutores no Brasil; e patrocínio de viagem a escritores brasileiros, para divulgação de suas obras no exterior.

Os editais para os novos programas  serão publicados, um a cada semana, até a segunda semana de agosto, disse Amorim. As inscrições serão imediatas a partir da publicação.

O Programa de Residência de Tradutores Estrangeiros é inédito no Brasil. O secretário executivo do Ministério da Cultura informou à Agência Brasil que os tradutores estrangeiros que estejam fazendo a tradução de livros brasileiros poderão se candidatar a bolsas no valor de até R$ 15 mil.

O prazo para residência de trabalho é de até cinco semanas no Brasil. Galeno Amorim acrescentou que, na medida em que serão trazidos tradutores estrangeiros para cá, “nós também estamos fazendo acordos para  levar tradutores brasileiros para o exterior”.

Inicialmente, serão trazidos dez tradutores estrangeiros. “E nós  devemos levar um número maior que isso para o exterior. Aí, serão os países que vão convidar e assumir os custos”, comentou. Convênios com essa finalidade já estão sendo firmados com a Alemanha e a França, informou Galeno Amorim.

No caso do Programa de Apoio à Tradução e à Publicação de Autores Brasileiros no Exterior, que oferece bolsas de até R$ 8 mil para editoras internacionais que queiram publicar autores brasileiros, a FBN está ampliando a iniciativa para contemplar temas e eventos específicos, além da conversão do texto brasileiro para outro idioma.

Um exemplo disso são a literatura infantil e juvenil e a comemoração de centenários de escritores nacionais. Além de livros, poderão ser traduzidos também e-books (livros digitais).

Vitor Ortiz declarou que o Programa de Apoio à Tradução, lançado na Flip 2011, acaba de completar um ano. Nesse período, superou a expectativa inicial,  que era ter 75 traduções efetuadas. “Hoje, estamos com 111 [traduções], acima da média prevista”, comemorou. Ele espera dobrar esse número até 2013. Os investimentos programados para o programa, no período de dez anos, alcançam R$ 12 milhões.

O Ministério da Cultura quer atingir também nichos específicos. Aproveitando a presidência pro tempore do Brasil no Mercosul, Ortiz revelou que a intenção é ter um investimento especifico para tradução de livros brasileiros para a língua espanhola, visando aos mercados da América Latina. Essa iniciativa terá um aporte especial a ser definido.

Já o Programa de Apoio à Publicação de Autores Brasileiros na Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP)  engloba bolsas para editoras dos países-membros da CPLP no valor de até US$ 6 mil. O edital deverá contemplar, inicialmente, 12 bolsistas interessados em adaptar textos brasileiros para as características do idioma português falado em Portugal e em países africanos.

O Programa de Intercâmbio de Autores Brasileiros no Exterior, por sua vez,  contempla editoras estrangeiras que apoiem o intercâmbio de escritores brasileiros no exterior, para que promovam suas obras e a literatura brasileira por meio de palestras, sessões de autógrafos e entrevistas. O edital prevê o pagamento de bolsas de até US$ 3 mil para 30 autores.

Os investimentos anunciados envolvem ainda a participação do Brasil em feiras anuais internacionais, com o objetivo de promoção do livro brasileiro. Ortiz citou a Feira  do Livro de Frankfurt, na Alemanha, em 2013, e a Feira de Paris, na França, em 2014, nas quais  o Brasil será homenageado.

O secretário executivo do MinC salientou a importância da Flip, que completa dez anos nesta edição, para a literatura nacional e estrangeira. “É o principal  evento de promoção do livro no Brasil e está voltado para também receber e promover autores do exterior. É uma porta de entrada para quem vem de fora, para que o Brasil possa conhecer novos e grandes nomes da literatura internacional”.

Ortiz destacou que a Flip significa também uma “janela  de visibilidade” para os autores brasileiros. A Flip 2012 homenageia o poeta Carlos Drummond de Andrade. O evento se estende até o próximo dia 8.

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