As escolas municipais de São Paulo terão até o final deste semestre uma rede social, aos moldes do Facebook, para interligar alunos, pais de estudantes e professores.
Na rede, os alunos poderão criar seus próprios avatares (personagens) e terão à disposição exercícios de português e matemática, complementares ao conteúdo visto em sala de aula.
Também poderão comentar sobre as atividades e compartilhar dúvidas.
O site faz parte de um projeto que custará R$ 54,2 milhões e incluirá a entrega de equipamentos de informática e a implementação de uma rede wireless em todas as 551 escolas da rede.
Cada unidade terá tablets à disposição dos professores de português e matemática e netbooks que serão usados pelos estudantes em sala.
O projeto será implementado a partir de março, quando os professores começam a ser capacitados, afirma a Secretaria Municipal da Educação. Ele será voltado, inicialmente, para estudantes do 4º, 5º e 6º ano (entre 9 e 11 anos).
Por meio de uma senha individual, cada aluno poderá acessar o site de relacionamento e executar, com a supervisão do professor, as atividades. Cada acerto no exercício vale um ponto virtual, que pode ser usado para customizar (com acessórios) o personagem do estudante.
“Estamos trabalhando com uma linguagem que hoje, para eles, é muito própria. Qualquer aluno opera em computador. Isso ajuda a tornar a aula mais atrativa”, afirma o secretário da Educação, Alexandre Schneider.
A proposta, no entanto, é criticada pelo professor aposentado do Departamento de Ciência da Computação da USP, Valdemar Setzer. Para ele, o uso de computadores em sala não é o meio mais adequado de estimular o desenvolvimento dos alunos.
“O computador padroniza as atividades e cada aluno tem uma necessidade diferente. Além disso, é preciso desenvolver com esses estudantes a capacidade de concentração e a internet é dispersiva. Os pequenos têm que ser incentivados a gostar de livro”, afirma.