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A proporção de egressos do ensino básico público entre os aprovados no vestibular da USP cresceu neste ano, após mudança na concessão de bônus a esses alunos.

A participação desses estudantes entre os calouros subiu de 26% para cerca de 28%, segundo a Folha apurou. O dado mais recente considera até a penúltima chamada de matrícula. O número final será divulgado hoje.

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Há pelo menos uma década, a principal universidade do país tenta atenuar a pecha de “elitista”, uma vez que 85% dos alunos do ensino médio estão nas escolas públicas, mas tradicionalmente representam apenas 25% dos aprovados na Fuvest.

Em 2010 e 2011, a proporção entre os calouros ficou em 26%. Para tentar aumentar o índice, a USP alterou sua política de incentivo, criada em 2006, à rede pública.

A bonificação máxima a esses alunos subiu de 12% para 15%. Por outro lado, foi retirado o bônus de 3% concedido a todos dessa rede.

Agora, todo o benefício é calculado com base no desempenho do estudante na própria prova da Fuvest. Dependendo do volume de acertos, ele ganha um acréscimo.

Para este ano, o candidato de escola pública teve de acertar ao menos 60 das 90 questões da primeira fase para chegar aos 15% de bônus.

‘BONS RESULTADOS’

Na mensagem que convida a imprensa para a apresentação dos dados finais, a universidade considera como “bons resultados” o desempenho da rede pública.

Havia apreensão na instituição sobre as mudanças. Membros da comissão que analisou as alterações temiam que poderia haver diminuição de calouros provenientes da rede pública.

Além da extinção do bônus automático de 3%, a USP decidiu também aumentar a nota de corte para acesso à segunda fase (o mínimo subiu de 22 para 27 pontos). E caiu o número de convocados para a segunda etapa.

Em outubro passado, a universidade já havia divulgado que o número de alunos da rede pública inscritos no exame havia crescido 30%.

Em anos anteriores, porém, o aumento de candidatos não havia representado mais aprovados na prova.

CRÍTICA

Representante da Educafro (rede de cursinhos populares), frei David Santos diz que a política adotada pela USP “é uma ilusão”. Para ele, deveria haver ações específicas para estudantes pobres.

“Principalmente no interior, a classe média estuda na rede pública. Ela ganha esse bônus e ainda tira lugar de pobres e negros”, disse.

(Folha de São Paulo)

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