De acordo com levantamento da plataforma QEdu: Aprendizado em Foco, 98% dos professores de escolas públicas brasileiras usam livros didáticos. Do restante, 1% acredita que o livro não é necessário e 1% não usa porque a escola não tem. O levantamento foi baseado nas respostas ao questionário socioeconômico da Prova Brasil de 2011, aplicado pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira – Inep.
Por conta disso, os livros didáticos ocupam o segundo lugar entre os gêneros mais lidos pelos brasileiros, logo depois da Bíblia, de acordo com o levantamento do Instituto Pró-Livro. “O livro didático é, ainda hoje, a principal ferramenta de professores e alunos, e o principal referencial educativo”, disse a professora da Faculdade de Educação da Universidade de São Paulo – FEUSP, Circe Fernandes Bittencourt, coordenadora do Livres, site que reúne as obras escolares utilizadas entre os anos de 1810 e 2005.
Ela afirmou que o Brasil teve grandes avanços, mas o livro ainda é pensado para o professor. “O aluno ocupa o papel de um consumidor dependente. Não é ele quem escolhe o livro didático. A luta hoje é por maior autonomia, para que os alunos usem os livros sem precisar sempre de uma orientação do professor”, disse. A pesquisa da QEdu mostrou também que 17% dos professores, o que equivale a 36,5 mil docentes, não receberam o livro que solicitaram. Além disso, 7% dos professores (15 mil) dizem que os alunos não receberam o material no início do ano letivo.
Na rede pública, o Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação – FNDE, por meio do Programa Nacional do Livro Didático – PNLD, é o responsável pela aquisição e distribuição dos livros. A distribuição é feita diretamente pelas editoras às escolas, por meio de um contrato entre o FNDE e a Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos – ECT. Os livros devem chegar às escolas entre outubro e o início do ano letivo.
Em 2012, foram comprados livros para os alunos do ensino médio, com investimento de R$ 883,5 milhões para a etapa, para atender a 9,3 milhões de estudantes entre o ensino regular e a Educação de Jovens e Adultos – EJA. Para 2013, o investimento foi de R$ 1,2 bilhão. Pela primeira vez, escolas do campo de 1º ao 5º anos, com mais de 100 estudantes, receberão obras selecionadas.
Com informações da Agência Brasil.
Saiba mais!
Educação de Jovens e Adultos – EJA: Modalidade de ensino nas etapas dos ensinos fundamental e médio da rede escolar pública brasileira, que recebe os jovens e adultos que não completaram os anos da educação básica em idade apropriada.
Instituto Nacional de Estudos e Pesquisa Educacionais Anísio Teixeira – Inep: Autarquia federal vinculada ao Ministério da Educação cuja missão é promover estudos, pesquisas e avaliações sobre o Sistema Educacional Brasileiro.
Programa Nacional do Livro Didático – PNLD: Programa que oferece livros didáticos, dicionários e obras complementares às escolas públicas de ensino fundamental e médio, além da Educação de Jovens e Adultos e do Programa Brasil Alfabetizado.