O novo ministro da Educação, Aloizio Mercadante, assumiu o cargo nesta terça-feira anunciando dois novos projetos para a área. Mercadante também garantiu que não vai usar o ministério como “trampolim para projetos pessoais ou partidários”.
O novo ministro tomou posse em substituição a Fernando Haddad, que estava no cargo desde 2005. Haddad será candidato a prefeito de São Paulo nas eleições de outubro.
“A minha gestão a frente deste ministério não será um trampolim para projetos pessoais ou partidários. Será sim uma alavanca suprapartidária para a melhoria da educação brasileira, assim como aconteceu no ministério da ciência, tecnologia e inovação”, disse em seu discurso.
Mercadante lançou duas propostas para a área de educação. Ambas vinham sendo trabalhadas pela gestão Haddad, mas não chegaram a ser formatadas e divulgadas em projetos de governo.
Uma delas é o programa Alfabetização na Idade Certa, que terá o objetivo de intensificar o ensino de crianças de até oito anos de idade.
“O custo, depois, de você recuperar pedagogicamente é muito alto e o risco é muito grande. Nós perdemos essa criança e ela simplesmente abandonará a escola”, disse o novo ministro.
Para reforçar essa proposta, o ministro afirmou que pretende também tirar do papel o projeto para a realização de um exame nacional para os professores e também trabalhar em conjunto com estados e municípios na contratação desses profissionais.
“Implantaremos a prova nacional para docentes e com ela oferecer aos municípios a contratação de bons professores concursados”, disse o ministro, que também disse que pretende estudar a possibilidade de conceder incentivos para que bons profissionais se desloquem ou permaneçam em áreas críticas na periferia do país.
O outro programa anunciado é destinado para a população no campo e se chamará Pronacampo. Fernando Haddad já havia informado que sua gestão estava formatando um programa com ações para esse público, considerado um grande desafio para reduzir os índices de analfabetismo.
O novo ministro também disse que vai brigar por recursos do pré-sal. “O pré-sal é uma oportunidade histórica fantástica. Os nossos netos não terão acesso, então podemos desperdiçar inchando a máquina pública ou trabalhando em um legado para o futuro”, disse o ministro. “E o legado fundamental é a educação”.
Sobre o Enem, Mercadante fez a mesma defesa já feita pelo seu antecessor e também pela presidente Dilma Rousseff, dizendo que é um grande mecanismo para democratizar o acesso ao ensino superior. No entanto, reconheceu que é preciso “aprofundar os esforços para aprimorar a sua aplicação”.
O novo ministro evitou comentar a decisão do Tribunal Regional Federal da 5ª Região, em Recife, que suspendeu a liminar que obrigava o ministério e o Inep, órgão responsável pela realização do Enem, a fornecer acesso à prova de redação e ao espelho de correção para todos os candidatos do último Enem. Disse que iria se pronunciar “após conversar com todas as áreas e ter uma visão bem clara da questão”.
(UOL)