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publicado dia 15 de agosto de 2025

“A Justiça Climática atualiza e confere centralidade à Educação” 

Reportagem:

🗒️Resumo: No episódio de estreia da série Territórios Educativos para a Justiça Climática, Raiana Ribeiro (Cidade Escola Aprendiz) e Lia Salomão (Educação e Território) analisam os diálogos entre as agendas de Territórios Educativos e Justiça Climática na rota da COP30. 

Os territórios que educam são fundamentais para pensar em novas formas de existência diante de um mundo em emergência climática, no qual a ideia de Justiça Climática ganha cada vez mais relevância para o enfrentamento das mudanças no clima. 

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A convergência entre os dois temas é o centro do primeiro episódio da série de entrevistas Territórios Educativos para a Justiça Climática, à luz da urgência e do foco global catalisado pela realização da 30ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (COP30), em Belém (PA).  

Com a participação de Raiana Ribeiro, diretora de Programas da Cidade Escola Aprendiz, e Lia Salomão, coordenadora do programa Educação e Território, a entrevista introduz a temática dialogando com temas contemporâneos, como a importância da participação infanto-juvenil e os desafios para a materialização das políticas ambientais e climáticas nos territórios.

Na série Territórios Educativos para a Justiça Climática, o programa Educação e Território explora, a partir de entrevistas com especialistas, ativistas e educadores, assuntos fundamentais no âmbito da agenda dos Territórios Educativos e do enfrentamento à crise climática. 

Quem participou da entrevista

Lia Salomão 

Geógrafa formada pela Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho (UNESP) e possui experiência na temática de Educação Ambiental. Na Cidade Escola Aprendiz, é coordenadora do programa Educação e Território, iniciativa que busca promover a constituição de Territórios Educativos no Brasil. 

Raiana Ribeiro 

Jornalista formada pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP), construiu sua trajetória em organizações da sociedade civil, redes e iniciativas voltadas à garantia dos direitos de crianças, adolescentes e jovens. Atualmente, integra a Direção Colegiada da Cidade Escola Aprendiz, onde coordena os programas Centro de Referências em Educação Integral, Educação e Território e Proteção Integral — iniciativas de abrangência nacional que articulam de forma sistêmica Educação, Território e Direitos Humanos, com foco na incidência em políticas públicas e na promoção da equidade. 

Territórios Educativos e a convergência com a Justiça Climática 

Na primeira entrevista da série, Raiana Ribeiro, integrante da  Direção Colegiada da Cidade Escola Aprendiz, e Lia Salomão, coordenadora do programa Educação e Território, analisaram os pontos de conexão entre os dois temas. 

“A ideia de Justiça Climática contém uma chamada para que haja um engajamento amplo e total nas questões climáticas, já que existe uma desigualdade na distribuição de sofrimento e de emergências com relação ao clima”, explica Lia Salomão. 

Raiana Ribeiro detalhou o exercício de articular a noção de Território Educativo com o direito à Justiça Climática. 

“A Justiça Climática atualiza e confere centralidade à Educação. É a partir da Educação, na perspectiva de uma Educação Integral, que podemos garantir uma formação que dê conta de novas formas de ser e estar no mundo”, afirma. 

“Para alcançar a Justiça Climática, a Educação vai precisar cumprir cada vez mais o seu papel. E a ideia de uma Educação Integral está sempre associada à noção de Território Educativo”, explica Raiana. 

Raiana também classificou como fundamental a integração das agendas de Territórios Educativos e Justiça Climática.

“Esse esforço de articulação das duas agendas tem a ver com tornar cada vez mais visível como elas precisam estar integradas e são fundamentais para o combate ao Racismo Ambiental, garantindo equidade e fortalecendo esse compromisso, mas, sobretudo, lançando luz e dando força para a ideia de que é a partir da Educação, é dando centralidade a ela, que vamos conseguir repensar e forjar novas formas de estar nesse mundo”, defende Raiana.  

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Nesse sentido, as políticas públicas voltadas à Justiça Climática precisam se intersetoriais, incluindo, além de discussões na área da Educação, os setores de Saúde, Meio Ambiente e Assistência Social.

“É um esforço formativo, de leitura de dados e de diagnóstico. Mas convocar as políticas públicas para serem formuladas a partir desses espaços de convergência, de encontro, de uma leitura verdadeira sobre essas realidades e, portanto, interseccionais, ainda é uma energia importante a ser colocada”, explica Lia.

Para a coordenadora do Educação e Território, há ainda uma preocupação com as ações que devem ser desenvolvidas no país após COP30, agendada para acontecer em novembro em Belém (PA).

“A COP30 vai ser no Brasil só esse ano, mas precisamos de políticas públicas permanentes que sustentem essa discussão de uma forma mais integrada. O que será que vai ficar desse ano de COP, dessas discussões e espaços de diálogo que estão aí postos, se nós não enraizarmos tudo isso em políticas públicas permanentes?”, questionou.

A importância da participação de crianças e adolescentes nas discussões sobre Justiça Climática também foi debatida pelas entrevistadas.

“Hoje, pensar [o conceito de] Território Educativo dissociado da participação desses sujeitos é impossível. Inclusive, diria que estaríamos violando um direito, porque o Estatuto da Criança e Adolescente (ECA) assegura que esses sujeitos tenham direito à participação, direito à voz, sobretudo, nas decisões que os afetam”, afirma Raiana. 

Assista a entrevista na íntegra:

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