Patrimônio Cultural de natureza imaterial do Estado do Rio de Janeiro, a Festa Literária das Periferias (FLUP) realiza sua 14ª edição entre os dias 11 e 17/11  no Circo Voador, na capital fluminense. 

Com o tema “Roda a saia, gira a vida”, o evento trará debates, shows, oficinas formativas, lançamento de editoras e participação de escritores do Brasil e do mundo para refletir e celebrar a produção artística e intelectual de mulheres negras.

Com mais de 90% da programação formada por mulheres negras, a FLUP tem entrada gratuita e vai homenagear a historiadora, poeta e cineasta Beatriz Nascimento, figura que inspira as novas gerações por ter se dedicado ao ativismo em defesa dos direitos de mulheres e negros no país.

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A Festa Literária das Periferias acontece na semana que antecede o Fórum do G20, também no Rio de Janeiro. Segundo os organizadores da FLUP, representantes de comunidades e de organizações ligadas às pautas raciais, étnicas, de gênero e climáticas precederão o G20, fortalecendo o debate público sobre as questões das periferias – globais e brasileiras – em conexão com movimentos de resistência. 

“O Rio de Janeiro receberá as principais lideranças políticas e econômicas mundiais enquanto a FLUP conecta periferias brasileiras a um diálogo global, sobre raça e cultura – inerente às discussões econômicas do G20”, defende Julio Ludemir, diretor-fundador da FLUP.

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Quem foi Beatriz Nascimento, homenageada pela FLUP

Beatriz Nascimento classificava a poesia como um espaço de quilombo. Diante disso, o Sarau Beatriz Nascimento, vai reunir 30 grandes personalidades e jovens expoentes da literatura negra para declamar poemas autorais em um encontro de gerações. 

Participarão mulheres como Conceição Evaristo e Esmeralda Ribeiro, que começaram suas carreiras na série Cadernos Negros, e Elisa Lucinda, reconhecida atriz, poetisa e cantora, e destaques da nova geração como Bell Puã, Luna Vitrolira, Xiatitia, Auritha Tabajara, Luiza Romão e Ryane Leão, que conquistam milhares de leitoras nas redes sociais e mudam a cara do mercado editorial da poesia contemporânea brasileira, o Sarau Beatriz Nascimento será um verdadeiro aquilombamento poético.

Nascida em Aracaju (SE) em 1942, Beatriz Nascimento se formou em História na Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e foi autora de diversos textos em que reflete sobre temas como feminismo, racismo e resistência cultural negra. Com base em sua pesquisa, a historiadora também participou da criação do longa-metragem “Ôri”, de 1989, que traz discussões sobre o movimento negro brasileiro. 

Beatriz teve sua vida interrompida em janeiro de 1995, quando foi baleada em um bar na zona sul do Rio. O assassino era o ex-companheiro de uma amiga, aconselhada pela intelectual a se separar por ser vítima de violência doméstica. O criminoso foi condenado a 17 anos de prisão.  

Para conferir a programação completa da  Festa Literária das Periferias (FLUP), acesse aqui.