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publicado dia 24 de novembro de 2020

Para a pós-doutora Lucineia Alves, ciência se aprende na prática e com o coletivo

Reportagem:

Ciência se aprende na prática e na coletividade. Esse é o lema da professora Lucineia Alves, que há 17 anos faz parte da rede municipal de ensino do Rio de Janeiro e está sempre à procura de oportunidades para convidar os estudantes a colocarem a mão-na-massa e de envolver famílias e outros educadores na construção de conhecimentos.

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“Sempre desenvolvo, com meus alunos, atividades experimentais, lúdicas e projetos, pois essas práticas, além de tornarem as aulas mais dinâmicas e interessantes, resultam em um maior grau de aprendizagem”, explica a educadora.

Matéria publicada originalmente no Centro de Referências em Educação Integral. A autoria é de Ingrid Matuoka.

Em uma ocasião, a Lucineia conseguiu um recurso de 22 mil reais para equipar o laboratório da Escola Municipal Juan Antonio Samaranch, em Santa Teresa (RJ), onde lecionava. Com o valor, foram comprados modelos anatômicos de espécies animais, além de outros materiais, como um esqueleto em tamanho natural, em que os estudantes podem tocar nos ossos e comparar com o seu próprio corpo — uma maneira de aproximar a ciência da vida dos alunos, e despertar a curiosidade e o interesse.

Em outro momento, a professora levou um telescópio para a sala de aula durante os estudos do Sistema Solar e, embora fosse dia e os estudantes não pudessem ver a Lua ou as estrelas, aprenderam sobre o funcionamento do equipamento mirando a lente para a paisagem do entorno da escola, brincando de encontrar suas próprias casas.

“Precisamos, urgentemente, de escolas que promovam o protagonismo dos alunos, valorizem e utilizem tecnologias digitais e estimulem os estudantes a serem cidadãos”, diz Lucineia Alves

Outro motivo de orgulho para a professora foram as campanhas de doação de sangue entre famílias e funcionários da escola. Os estudantes não puderam doar por não terem a idade mínima exigida, mas foram sensibilizados pelo engajamento de seus pais e mães na atividade proposta pela educadora e suas colaboradoras.

E por falar em Saúde, Lucineia vê grandes aprendizagens acontecendo em tempos de debates sobre o coronavírus, que vão desde sintomas e vacinas até a infecção de um vírus no corpo humano, um contexto que ela acredita que vai “mexer com a cabeça de nossos futuros cientistas”.

“Se existe algo que foi aprendido muitíssimo bem nesse período de pandemia, em relação à educação, é que precisamos, urgentemente, de escolas que promovam o protagonismo dos alunos, valorizem e utilizem tecnologias digitais e estimulem os estudantes a serem cidadãos conscientes de seus direitos e deveres”, diz.

Uma professora pesquisadora de sua prática

Enquanto pós-doutora em Neurociência, Lucineia luta por mais espaço para as mulheres na ciência e para que cada vez mais alunas possam se enxergar trilhando uma carreira na área. A educadora também fez parte do projeto “Meninas na Escola, Mulheres na Ciência – Ferramentas para Professores da Educação Básica”, uma parceria do Conselho Britânico com o Museu do Amanhã, que depois se transformou em um livro homônimo.

Lucineia se dedica, ainda, a mapear experiências inovadoras de seus colegas professores, aquelas que percebe efetivamente contribuir para o processo de ensino-aprendizagem dos estudantes. Foi assim que teve início a série de livros Professores Inovadores.

“Eu sempre vejo muitas práticas maravilhosas de professores de diversas áreas, da educação básica à pós-graduação, e tive a ideia de organizar um livro que pudesse reunir algumas dessas práticas e divulgá-las a um público maior. Atualmente já foram publicados três livros, com o lançamento do livro Professores Inovadores lll previsto para dezembro. É muito gratificante promover a visibilidade e o compartilhamento dessas práticas e eu espero sempre que elas contagiem e inspirem outros professores”, afirma Lucineia.

professora lucineia alves sendo homenageada no hemorio
A professora Lucineia Alves durante a homenagem do Hemorio / Crédito: SME Rio de Janeiro

Conheça a trajetória de Lucineia Alves:

Em 2003, ingressou na Rede Municipal de Ensino do Rio de Janeiro. Possui especialização em Ensino de Ciências pela UERJ, mestrado e doutorado em Ciências, nas áreas de Biologia Celular e Molecular pela Fiocruz e pós-doutorado em Neurociência pela UFRJ.

Recebeu o prêmio pela 14ª OBMEP (2018), o Prêmio Light nas Escolas (2019), duas moções da Câmara de Vereadores de congratulações pelos serviços prestados (2018) e uma homenagem do HemoRio pela campanha de doação voluntária de sangue para a Escola Municipal J. Antonio Saramanch (2019).

Também fez parte dos seguintes livros: Redes de educação à distância como instrumento de proteção da Amazônia (2013), Aluno – Atleta – Cidadão (2014), Escola, Violências e Educação Física (2018) e Meninas na Escola, Mulheres na Ciência – Ferramentas para Professores da Educação Básica (2020). E organizou os livros: Professores Inovadores (2018), Escola, Esporte e Cidadania (2019), Professores Inovadores II (2019), Teoria e Prática na Educação (2020) e Professores Inovadores III (2020).

 

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