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publicado dia 3 de abril de 2020

Conheça ações das universidades brasileiras contra o Covid-19

Reportagem:

Dentro das salas e laboratórios de diversas universidades brasileiras, educadores e universitários prototipam soluções para ajudar a combater a pandemia de Covid-19 (novo coronavírus).

São produções de itens primordiais como álcool em gel, respiradores de baixo custo ou soluções estatísticas para prever novos casos e possíveis cenários, em um trabalho conjunto com comunidades e setores públicos. 

Para o educador Marcio Tascheto, professor da Faculdade de Educação da Universidade de Passo Fundo, ex-coordenador do programa UniverCidade Educadora e professor do curso de história da Universidade Franciscana (UFN), o enfrentamento à pandemia ratifica a importância do conhecimento científico produzido nas universidades brasileiras.

“O que está acontecendo agora desconstrói a narrativa pré-pandêmica ao enfrentamento à ciência, a universidade, ao ensino de forma geral. O que a gente tem hoje é a demonstração da necessária defesa das universidades sobretudo seu caráter público e sua habilidade de darem respostas rápidas, urgentes e necessárias para esse fenômeno sanitário que se desdobra para questões econômicas e sociais de forma dramática”. 

Vale lembrar que é em um cenário de escassos recursos financeiros, cortes de bolsas científicas por parte do governo federal e um recorrente discurso de descrença na ciência brasileira que essas produções estão acontecendo. 

Universidades e seu conhecimento à disposição da comunidade 

Desde que assumiu a presidência, o presidente Jair Bolsonaro assumiu um frontal e retórico ataque contra a produção científica brasileira. Isso tem se agravado frente à epidemia de Covid-19: além de constantemente criticar as medidas de isolamento propostas por governadores – que são respaldadas pela comunidade científica em geral – o presidente se refere à doença que já infecta mais de um milhão de pessoas de “gripezinha”, além de constantemente enviar por suas redes sociais mensagens que diminuem a gravidade da doença. 

Contra essa narrativa que Márcio não hesita em chamar de necropolítica, o educador chama a atenção para as micropolíticas produzidas pelas universidades em conjunto com a comunidade: 

“As universidades estão se mobilizando, criando formas criativas de contato com a comunidade, de reconstruir o papel social das instituições. É também um momento de reinvenção, na sua forma de mobilização pela extensão e pesquisas, porque é preciso reinventar a circulação de saberes em um momento dramático como o que estamos vivendo”. 

Conheça o que as universidades brasileiras tem feito frente ao coronavírus 

Sequência do genoma do coronavírus em tempo recorde – Universidade de São Paulo (USP)

Quando o primeiro paciente foi diagnosticado no Brasil, o Instituto Adolfo Lutz, da USP, conseguiu em um período de 48 horas sequenciar o genoma do novo coronavírus. “A capacidade de sequenciar rapidamente, principalmente no início de uma epidemia, ajuda na tomada de decisões”, explicou a cientista Jaqueline Goes de Jesus, uma das quatro mulheres cientistas responsáveis pelo trabalho. Entender a sequência de genoma ajuda a criação de vacinas e antibióticos. 

mulheres responsável pela sequência do genoma
À direita, Jaqueline Goes de Jesus e ao meio, a coordenadora da pesquisa Ester Sabino / Crédito: Rede Brasil Atual

Rede de Aprendizagens – Universidade de Passo Fundo, no Rio Grande do Sul. 

Pioneiras no uso da extensão universitária como um modo de se conectar e trabalhar junto com a comunidade local, a Universidade de Passo fundo está com um projeto de convidar gestores, educadores e comunidade em geral das cidades educadoras da região à discutir em roda de conversas temas caros na pandemia. A primeira tratará sobre direito à moradia e isolamento social, e será feita por vídeo-chamada. A universidade também criou redes de cuidado para estudantes compartilharem experiências e angústias. 

Teste rápido e de baixo custo para identificar o Covid-19 – Universidade de Campinas (UNICAMP) e Universidade de São Paulo (USP)

Pesquisadores desenvolveram um método de testagem para o Covid-19 onde os resultados saem em até 48 horas. Já testado com sucesso em 10 pessoas no Hospital das Clínicas, a ideia é conseguir expandir os testes para 300 por semana e ajudar na notificação dos casos. 

Respiradores e outro equipamentos emergenciais médicos de baixo custo – Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC)

Um dos graves sintomas do Covid-19 é a insuficiência respiratória, o que torna imprescindível a disponibilidade de respiradores artificiais em hospitais. O curso de engenharia mecânica da UFSC está prototipando ventiladores mecânicos de baixo custo, utilizando o que se tem disponível no mercado hospitalar, para evitar uma possível ausência destes aparelhos. Outros setores do curso estão desenvolvendo máscaras protetivas. 

Produção de máscaras – Universidade Federal do Piauí (UFPI)

O curso de moda da Universidade Federal do Piauí produziu 10 mil máscara, com a ajuda tanto de estudantes universitários voluntários como de costureiras que estão trabalhando em casa. Eles estão sendo levados para esterilização no hospital universitário e serão distribuídos para ajudar na prevenção do novo coronavírus. 

universidade do piauí estão produzindo máscaras
Estudantes estão se alternando em turnos para produzir máscaras / Crédito: Divulgação

Produção e distribuição de álcool em gel – Universidade Federal do Ceará (UFC)

O curso de farmácia, em parceria com o departamento de química da Universidade Federal do Ceará, produziu cerca de 56 litros de álcool em gel – produto que já se encontra raro nos mercados – para distribuir em 18 instituições e organizações governamentais que trabalham com crianças, idosos e pessoas em situação de de rua. A expectativa é a produção de um segundo lote para os próximas semanas. 

Modelo matemático sobre evolução epidêmica no país – Universidade Estadual do Espírito Santo (UFESP)

O departamento de matemática desenvolve um modelo matemática para simular o avanço do novo coronavírus no país. O modelo olhará para variáveis como capacidade aglomerativa ou chance de propagação a depender do tipo de região mapeada para ajudar autoridades e setores públicos a entender como agir. 

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