publicado dia 8 de janeiro de 2020
Conheça 5 bibliotecas acessíveis no Brasil
Reportagem: Cecília Garcia
publicado dia 8 de janeiro de 2020
Reportagem: Cecília Garcia
A Biblioteca Estadual Benedito Leite, em São Luís (MA), é a segunda biblioteca mais antiga do Brasil. Dona de um amplo acervo de manuscritos, obras raras e jornais maranhenses, a biblioteca, além de tudo, é acessível: grande parte de sua coleção foi digitalizada, com muitas obras em braile; seu piso é tátil e o prédio conta com diversos recursos tecnológicos assistivos.
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53% das bibliotecas públicas brasileiras conta com recursos de acessibilidade, segundo a Pesquisa Nacional de Acessibilidade em Bibliotecas Públicas da organização Mais Diferenças, publicada em 2015. O estudo diagnostica a dificuldade das instituições de adquirir tecnologia assistiva, reformar sua estrutura ou ainda capacitar os funcionários.
“Tem todo um conjunto de aspectos para que uma biblioteca seja considerada inclusiva, e, só quando ela é o é, pode ser considerada pública, para todas e todos. Para além da questão arquitetônica, quando uma pessoa com deficiência entra no prédio, ela encontra livros acessíveis, funcionários capacitados? Uma pessoa surda consegue se comunicar, a contação de histórias funciona para uma pessoa cega?”, questiona Wagner Santana, coordenador técnico da Mais Diferenças.
Uma série de marcos legais garante que espaços culturais como bibliotecas devem ser acessíveis para todos, seja no ingresso, na permanência ou no aproveitamento de seus equipamentos. Uma delas é a Lei 10.098/2000, conhecida como a Lei da Promoção de Acessibilidade.
O Portal Aprendiz selecionou 5 bibliotecas acessíveis que redesenharam suas atividades para torná-las mais inclusivas; adaptar o acervo ou paramentar seus funcionários na língua de sinais são apenas alguns dos exemplos do que é possível para tornar as bibliotecas espaços de convívio igualitário.
Biblioteca Parque Villa-Lobos (SP)
Referência em acessibilidade na capital paulista, a Biblioteca Parque Villa-Lobos foi desenhada para ser inteiramente inclusiva: seu mobiliário, seus espaços de acesso comum, banheiros e dependência são totalmente acessíveis. Para além da arquitetura, seu acervo está em braile, com audiolivros e computadores modificados. A biblioteca é uma das parceiras da Fundação Dorina Nowill.
Biblioteca Pública Estadual do Amazonas (AM)
Com mais de 100 anos e localizada no centro histórico de Manaus, a Biblioteca foi reformada para garantir o acesso inclusivo de seus frequentadores e frequentadoras: escritas de sinais e em braile estão dispostas ao longo dos andares da biblioteca, além de facilidades tecnológicas como lupas especiais ou folheadores automáticos. Romances de Carolina de Jesus e Jorge Amado, bem como obras raras amazonenses também se tornaram acessíveis.
Biblioteca Pública Estadual de Minas Gerais (MG)
Com mais de 50 anos de atuação, o Setor Braille da Biblioteca Estadual de Minas Gerais é uma referência em acessibilidade no país. Mais de 1.600 obras compõem o acervo, que também conta com exposições mediadas para o público com deficiência visual e o Cine Braille, que é a exibição de filmes acessíveis.
Em parceria com o extinto Ministério da Cultura (MinC), a Mais Diferenças trabalhou na implementação de acessibilidade em 10 bibliotecas estaduais em todo o Brasil no programa Acessibilidade em Bibliotecas Públicas. Confira o trabalho desenvolvido no site da organização.
Biblioteca Pública Estadual Dr. Isaias Paim (MS)
Responsável por um acervo de livros braile, com audiodescrição, e uma coleção de filmes acessíveis, a biblioteca espraia suas práticas de acessibilidade para o território; ela promove atividades em escolas públicas, levando seus objetos e acervo. Também recebe em seus centros de formação educadores interessados em expandir suas práticas inclusivas.
Biblioteca Estadual Benedito Leite (MA)
Uma das primeiras bibliotecas públicas a digitalizar a maior parte de obras raras, a biblioteca é uma referência em acessibilidade. Seus funcionários receberam um curso técnico em comunicação básica de libras e cursos de políticas públicas de acessibilidade. A biblioteca ainda conta com diversos recursos tecnológicos assistivos, como impressora braille, lupa eletrônica e livros em libras.