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publicado dia 14 de fevereiro de 2017

No Recife, aplicativo registra literatura e poesia que estão espalhadas pela cidade

Reportagem:

da Fundação Telefônica

Transitar pelas ruas e avenidas para ir de um lugar ao outro faz parte da rotina de qualquer pessoa que vive em uma grande cidade. Na maioria das vezes, é algo que fazemos quase no modo automático, sem nos darmos conta que por trás de cada rua, de cada praça e de canto da cidade, há uma história.

Recife, capital de Pernambuco, é um desses lugares, repleto de construções históricas e locais que foram homenageados por grandes poetas e escritores.

Distribuídos por 150 pontos na cidade, o banco de dados do aplicativo traz 82 autores de diferentes épocas, como Ronaldo Correia de Brito, Clarice Lispector, João Cabral de Melo Neto, Manuel Bandeira e Antônio Maria, entre outros.

“Gosto muito de literatura, sobretudo a pernambucana. Um dia, conversando com uma amiga, eu percebi que vários poetas e escritores faziam referência a alguma rua da cidade. Então, pensei que seria muito interessante se as pessoas pudessem conhecer as ruas de Recife por meio de um viés literário’’, conta o diretor de cinema Eric Laurence, idealizador do projeto.

Foi a partir dessa conversa com a escritora Luzilá Gonçalves que Eric teve a ideia de criar o aplicativo Ruas Literárias do Recife, lançado em setembro de 2016.

Gratuito, aplicativo indica os lugares da capital pernambucana que foram homenageados pela literatura brasileira.

Por meio de um serviço de geolocalização, o app mostra no mapa os pontos da cidade que foram citados em alguma obra literária. Ao passar pelo pin, o usuário tem acesso ao trecho da obra e informações sobre o autor, que podem ser salvas como favoritas ou compartilhadas nas redes sociais. É possível também encontrar os poemas buscando por nomes de ruas da cidade e escritores. E o app ainda traz um quiz sobre as obras.

O aplicativo Ruas Literárias de Recife é gratuito e está disponível para os sistemas Android e iOS.

O projeto foi viabilizado por meio de um edital do Funcultura (Fundo Pernambucano de Incentivo à Cultura da Secretaria do Estado) e demorou dois anos para ser concretizado.

Eric conta que o processo que levou mais tempo para ser realizado e exigiu muito cuidado foi a parte de pesquisa. A etapa durou cerca de nove meses e contou com o apoio da amiga Luzilá Gonçalves. “Era importante que a gente mostrasse a literatura de vários ângulos, desde autores mais tradicionais, a poetas marginais e contemporâneos, imprimindo diversos olhares sobre a cidade.”

Como explica o cineasta, a proposta do aplicativo vai além de permitir aos cidadãos conhecerem e valorizarem o patrimônio histórico da cidade onde vivem. “A partir do momento em que você passa a enxergar as ruas por um olhar poético, você estabelece um laço afetivo com a cidade e cria uma nova relação com o espaço urbano, gerando uma sensação maior de pertencimento”.

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