publicado dia 23 de junho de 2016
Bordar, tecer e trocar histórias: “Memória em Cada Ponto” reúne família e rede socioeducativa
Reportagem: Danilo Mekari
publicado dia 23 de junho de 2016
Reportagem: Danilo Mekari
Uma mesa com agulhas de crochê, carreteis de linhas coloridas, tesouras e arames foi suficiente para se estabelecer um espaço onde histórias, experiências e conhecimentos foram compartilhados entre famílias e estudantes da EMEI Antônio Figueiredo Amaral, na Barra Funda, zona oeste de São Paulo.
Após a aula, no momento em que pais e mães foram buscar seus filhos na porta da escola, foram também convidados a participar da segunda edição do Memória em Cada Ponto, encontro realizado pelo Programa Cidades Educadoras, da Associação Cidade Escola Aprendiz, que promove a integração da família com a rede socioeducativa.
O evento contou com a participação dos coletivos Base Warmis, 13pompons e meiofio, que ajudaram a envolver crianças e adultos na produção de corações bordados que, depois, decoraram uma das árvores do pátio da escola.
Para a maioria das crianças, aquele era o primeiro contato com bordados e tecelagem. Eles não se intimidaram e, pelo contrário, rapidamente estavam tecendo, sempre acompanhado de seus pais. Puderam criar pompons coloridos, brincar com os fios e leva-los para casa.
Grande parte dos adultos também aprendeu a tecer durante o encontro, mas muitos outros já carregavam essa técnica há tempos. “Minha mãe me ensinou quando eu era criança. Era assim que a gente fazia nossas roupas na Bolívia. Agora estou repassando esse ensinamento para o meu filho. Muito bom os pais estarem participando desse momento”, afirmou Noemi, mãe de Miguel Ángel.
Enquanto faziam crochês nos corações alvirrubros com destreza, Noemi conversava com sua compatriota Vivian, que também costura desde pequena. “Aprendi com a minha mãe. Isso não se esquece nunca”, apontou a mãe de Kawan, que se divertia girando pompons. “Sempre gosto de participar das atividades da escola. Estou organizando uma barraca típica boliviana na festa junina da escola da minha outra filha. Vai ter até dança tradicional da Bolívia”, contou, animada.
João Victor tem apenas quatro anos, mas já se orgulhava de seu bordado. Dedicou-o à mãe, Vitória, que também estudou ali quando criança. “Não fazia ideia que bordar era tão gostoso. É importante a escola unir cada vez mais pais, professores e alunos, já que muitas vezes a rotina corrida não permite o nosso encontro”, observou orgulhosa.