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publicado dia 7 de novembro de 2014

Cecília Meirelles: uma poeta em defesa da educação integral

Reportagem:

Tenho fases, como a lua.
Fases de andar escondida,
fases de vir para a rua…
Perdição da minha vida!
Perdição da vida minha!
Tenho fases de ser tua,
tenho outras de ser sozinha.

Trecho de “Lua Adversa”

No dia 7 de novembro de 1901, no Rio de Janeiro, nascia Cecília Meirelles, considerada uma das poetas mais importantes da literatura brasileira.

Criada pela avó materna, aos nove anos recebeu uma medalha de ninguém menos que Olavo Bilac, membro fundador da Academia Brasileira de Letras, por ter concluído o ensino primário com “distinção e louvor”. A paixão pela leitura inspirou a jovem Cecília que, aos 16 anos, tornou-se professora e, aos 18, publicou seu primeiro livro de poemas, Espectros.

No 113º aniversário de seu nascimento, o Portal Aprendiz homenageia a poetisa não apenas por seu papel fundamental para a literatura brasileira, mas também por seus estudos e trabalhos que buscavam transformar a educação tradicional em uma educação integral.

Cecília ao lado do poeta Manuel Bandeira.
Cecília ao lado do poeta Manuel Bandeira.

No início do século 20, era praticamente impossível encontrar escolas que não adotassem a pedagogia tradicional e normalista no Brasil. Cecília, porém, possuía ampla divergência com o que estava sendo proposto para a educação, defendendo uma pedagogia que prezasse pela autonomia do estudante, pela igualdade entre homens e mulheres e pelo direito de todos à educação.

Em 1929, a poetisa se candidatou à cátedra de literatura brasileira da Escola Normal do Distrito Federal. Sua tese, chamada de O Espírito Vitorioso, discursava acerca da liberdade individual na sociedade e defendia a modernização do ensino no Brasil. Cecília, no entanto, foi preterida pelos normalistas.

Ao lado de nomes como Anísio Teixeira e Fernando de Azevedo, assinou o Manifesto dos Pioneiros da Educação Nova, em 1932, que se tornou o marco inaugural da renovação educacional brasileira, defendendo as bandeiras de uma escola pública, gratuita, laica e obrigatória, se opondo frontalmente à escola existente. A finalidade da escola nova era proporcionar o desenvolvimento integral dos indivíduos em todas as etapas de seu crescimento.

A poetisa foi homenageada na nota de 100 cruzeiros.
Cecília foi homenageada na nota de 100 cruzeiros.

A poetisa e educadora, além de pintora, também exercia a função de jornalista. De 1930 a 1933, dirigiu a página de educação do Diário de Notícias do Rio de Janeiro. Em 1934, Cecília organizou a primeira biblioteca dedicada às crianças de sua cidade natal: o Centro Infantil, em Botafogo.

Entre 1935 e 1938, deu aulas na Universidade do Brasil (atualmente Universidade Federal do Rio de Janeiro). Também lecionou no exterior, onde deu aulas de literatura e cultura brasileira na Universidade do Texas (EUA).

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