A melhoria dos espaços públicos no Brasil é tema de dois projetos que, entre outubro e novembro, buscam colaboração financeira para serem viabilizados. O Portal Aprendiz – que em sua nova fase tem como objetivo estimular iniciativas que teçam reflexões sobre a qualidade dos espaços públicos e ressaltem seu papel na construção de uma cidade educadora – abre espaço para as iniciativas disponíveis no Catarse.

Colabore e participe!

Passanela

A primeira oficina da iniciativa Cidade Para Pessoas, realizada no Festival CoCidade, resultou no Passanela, projeto que tem a intenção de reinventar uma passarela muito movimentada na cidade de São Paulo: a que dá acesso ao Hospital das Clínicas para os pedestres que estão na Avenida Rebouças.

“Hoje a experiência de percurso sobre esta passarela é bastante negativa. Não há sombra, nem lugar pra sentar, tudo é cinza e malcheiroso, não há acessibilidade, nem iluminação. Por se tratar de uma ligação com vários hospitais, a maioria das pessoas que passam por ali estão fragilizadas e tem dificuldade de locomoção. Muitos pedestres se arriscam a atravessar a Av. Rebouças por baixo da passarela, tornando-se vítimas do alto tráfego do local”, informa o texto que apresenta o projeto no Catarse.

Bancos, sinalizações, sombras e intervenções pretendem melhorar a acessibilidade do local. O objetivo, além de valorizar o pedestre e tornar a sua passagem mais segura e confortável, é contribuir para que outras passarelas também possam ser transformadas. Para tanto, será produzido um Guia de Ativação de Passarelas, para que essa metodologia possa ser replicada em outros lugares.

“As escolhas que fazemos das ruas, avenidas e passarelas que percorremos pela cidade influenciam diretamente na forma como nos relacionamos com os espaços e com as outras pessoas”, acredita o grupo que participou da Oficina, como arquitetos, comunicadores, artistas, engenheiros, produtores, designers e advogados. “A Passarela Rebouças foi identificada como um nó a ser desatado.”

O projeto Passanela precisa arrecadar R$ 5 mil (já está com R$ 3.860) e aceita contribuições até o dia 18/10.

Revista PISEAGRAMA

A revista PISEAGRAMA discute o conceito de espaços públicos, tanto os já existentes como os que ainda podem ser criados. Ela tem intenção de articular e promover a relação entre artes, política e a vida cotidiana ao publicar histórias, jornalismo literário, ensaios críticos e práticas urbanas.

Além da publicação, que circulou por todo o Brasil em versão online e impressa, a PISEAGRAMA propõe ações em torno de questões de interesse público: debates, oficinas, experimentos urbanísticos, campanhas com propostas para as cidades e publicação de livros. Até agora, os seis números já lançados abordaram temas como acesso, progresso, vizinhança e cultivo.

Para os próximos números, a revista pede a colaboração de quem tem interesse em continuar a discutir as questões do espaço público no Brasil. A PISEAGRAMA passará a ser semestral e terá o dobro de páginas – de 64 para 128. Cada número será um dossiê temático, que investigará “as possibilidades de usufruir, compartilhar, imaginar e produzir a cidade”, segundo texto que apresenta a proposta no Catarse.

“A escassez de publicações no país que abordem o espaço público e a urgência de uma discussão expandida colidem com a dificuldade de se financiar um projeto que aposta em outros modelos produtivos, outras formas de vida e outras cidades possíveis e, mais do que isso, deseja estimulá-los.”

CATARSE PISEAGRAMA from piseagrama on Vimeo.

A revista PISEAGRAMA passará a ser vendida em bancas, livraria, centros culturais e também virtualmente, através da loja PISEAGRAMA. O preço previsto é de R$ 25 por número.

A ousadia e o tamanho do projeto faz com que os organizadores peçam R$ 70 mil para desenvolve-lo. Até agora foram doados R$ 12.870. Quem quiser contribuir tem até o dia 21/11 para faze-lo – e ainda recebe em casa os dois próximos números da revista.