publicado dia 18 de julho de 2013
O Polo Educacional de Heliópolis, formado por duas escolas municipais, três creches, um centro cultural, um teatro infantil e uma Escola Técnica Estadual (Etec), será o mais novo CEU (Centro Educacional Unificado) da cidade de São Paulo. A prefeitura já deu início às obras dos novos prédios do Polo, entre eles uma biblioteca e um ginásio esportivo. A construção, projetada pelo arquiteto Ruy Ohtake, está orçada em R$ 29,3 milhões.
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A nova unidade do CEU, na zona sul da capital, é parte de uma promessa que o prefeito Fernando Haddad (PT) fez na campanha eleitoral, na qual o então candidato prometia a construção de 20 novos Centros.
O Polo Educacional de Heliópolis, lançado em 2009, atende uma demanda diária de 10 mil pessoas. O diretor da EMEF Campos Salles, escola que compõe o polo, Braz Rodrigues Nogueira, acredita que a instalação do CEU pode ser positiva, desde que seja mantida a forte relação com a comunidade. “Será importante se a comunidade de Heliópolis continuar com o poder de influenciar na composição da equipe gestora”, afirmou, ressaltando que todos os outros CEUs deveriam funcionar dessa maneira. “São as comunidades onde eles estão inseridos que deveriam ter esse poder de decisão, que não deveria ficar na mão de vereadores, que indicam pessoas só para conseguir cargos e votos”.
Gestão da comunidade
Arlete Persoli, uma das gestoras do Polo, declarou que, com a mudança de status para CEU, terão de ser criados outros cargos gestores. “Até agora, o grupo de gestão do Centro de Convivência [que compõe o Polo] foi indicado diretamente pela comunidade organizada. Isso precisa ser preservado”, disse Persoli.
Desde o início da construção do Polo, a comunidade de Heliópolis participou ativamente dos debates acerca da obra. Sendo assim, os moradores da região participam da gestão do local desde seu lançamento. Segundo Persoli, porém, nunca houve um grupo de gestão definido. Para ela, a mudança para CEU refere-se a questões institucionais, e não modificará a dinâmica a que os estudantes já estão acostumados. “A criação dos cargos para nós é importante, desde que essa relação forte com a comunidade permaneça”.
Educação é prioridade
Para Nogueira, transformando-se em CEU, o Polo Educacional gozará de benefícios garantidos por lei que antes não podia receber. “Em Heliópolis, a educação é prioridade dos moradores. A nossa preocupação é a questão da comunidade poder indicar quem vai trabalhar lá. Não são os políticos que devem indicar”, afirmou o diretor.
Contudo, ele sabe que esse caminho a ser percorrido não será fácil, citando as pessoas que “de qualquer jeito vão tentar tomar conta” da gestão. “Estaremos permanentemente vigilantes para que isso não ocorra. Se acontecer, será um retrocesso. Todo o diferencial que existe aqui, em relação aos outros CEUS, vai desaparecer”.