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Centenas de pessoas participaram do Movimento em Defesa Pública da Alegria nesta sexta-feira (5/10) à noite. A alegria seguiu pela Avenida Borges de Medeiros até Zumbi dos Palmares, no bairro Cidade Baixa, onde a celebração continuou. Apenas uma viatura da Brigada Militar acompanhou de longe os manifestantes. A ação da Brigada Militar na noite desta quinta-feira (4/10) contra os manifestantes pela Defesa Pública da Alegria motivou a divulgação de uma nota à imprensa, por parte do movimento, e a realização de mais uma manifestação na Praça Montevidéu, centro de Porto Alegre.

Ontem à noite, o coronel Freitas, da Brigada Militar, atravessou a Avenida Borges de Medeiros, deixando o Largo Glênio Peres, onde se encontravam militares posicionados, em direção à Praça Montevidéu para conversar com os manifestantes. Ele ouviu as denúncias sobre os atos violentos da BM na véspera e o pedido dos manifestantes para que houvesse sensatez na solução de incidentes, mantendo a alegria e a paz nas manifestações populares e públicas.

“Não há intenção de intimidar”, disse o coronel Freitas sobre a presença dos policiais no Largo. “Meu efetivo está aqui em razão de outras circunstâncias, não queremos confusão também. Eles vão ficar ali, quero que façam a manifestação desde que não perturbem os guardas municipais, eles que nos chamaram aqui em razão da manifestação de ontem e de hoje, estamos aqui em apoio à Guarda,” explicou. O representante da segurança pública estadual garantiu que haverá apuração sobre o ocorrido na noite anterior e que serão identificadas as pessoas que, segundo ele, teriam agredido os militares.

A ouvidora da Segurança Pública Estadual, Patrícia Couto, presente na manifestação, disse que neste sábado (06/10), excepcionalmente, a Ouvidoria estará aberta às 9 horas para receber os relatos das pessoas que teriam sido agredidas pela Brigada Militar e pela Guarda Municipal. Ela orienta aos feridos que façam também um boletim de ocorrência com exame de corpo de delito. Nos casos de feridos que não puderem se deslocar, a Ouvidoria irá até o seu domicílio.

Retomada do espaço público

Portando flores brancas e velas acesas, além dos instrumentos musicais da primeira noite, os manifestantes fizeram a leitura pública e coletiva da nota. O documento esclarece que a mobilização em Defesa Pública da Alegria é “artística, popular, apartidária e pacífica, em defesa da humanização da cidade”. Afirma que, durante seis horas, celebraram a cidadania entre cerca de 1500 pessoas.

Em relação à derrubada do boneco inflável da Coca-Cola, instalado no Largo Glênio Peres há 20 dias em alusão à Copa do Mundo de 2014, protestam contra a “truculenta ação da tropa de choque e guarda municipal ao ato pacífico que busca a defesa das manifestações públicas, sociais e artísticas, feiras populares no Largo Glênio Peres”. A nota também manifesta repúdio “às políticas de remoção das famílias e comunidades atingidas pela Copa do Mundo FIFA e a especulação imobiliária; à privatização do espaço público, ao fechamento seletivo de bares e locais de encontros e ao aumento das passagens de ônibus”.

A nota encerra protestando contra os atos da Brigada Militar em favor do patrimônio privado, “ao invés de garantir a integridade física da população”. A mobilização de Defesa Pública da Alegria afirma que vai continuar ocupando as ruas e os espaços públicos e que vai buscar justiça à violência imposta sobre dezenas de manifestantes na noite de 4 de outubro.

A seguir, a íntegra da nota:

Nota pública do coletivo em Defesa Pública da Alegria

A Defesa Pública da Alegria é uma manifestação artística, popular, apartidária e pacífica, em defesa da humanização da cidade. Foram mais de seis horas de muita alegria, celebração a favor da arte e da cultura de rua em uma manifestação pública realizada pelos artistas, coletivos, trabalhadores, população de rua, ou seja, cidadãos. Passaram pelo local mais de 1.500 pessoas.

A derrubada do boneco inflável da Coca-Cola foi consequência da truculenta ação da tropa de choque e guarda municipal ao ato pacífico que busca a defesa das manifestações públicas, sociais e artísticas, feiras populares no Largo Glênio Peres; ao repúdio às políticas de remoção das famílias e comunidades atingidas pela Copa do Mundo FIFA e à especulação imobiliária, às privatização do espaço público, ao fechamento seletivo de bares e locais de encontros e ao aumento das passagens de ônibus.

Repudiamos que a segurança pública (Brigada Militar) defenda o patrimônio privado ao invés de garantir a integridade física da população. Nos comprometemos a seguir nas ruas com nossas artes, nossas danças, nossos teatros, nossa voz, nossos tambores , dialogando com o povo dessa cidade, na defesa pública da alegria.

Movimento em Defesa Pública da Alegria

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