publicado dia 18 de junho de 2012
Por Evelyn Araripe da Agência Jovem de Notícias

Em evento do primeiro dia da Cúpula dos Povos, o Lançamento da Rede Brasileira da Carta da Terra, Leonardo Boff criticou duramente a postura da ONU na Rio+20 e em outros eventos que realiza.
“O tema da Rio+20 é ‘o futuro que nós queremos’, e o futuro que eles querem é nos levar à beira do abismo. Lá eles não tem mensagens positivas para o futuro que queremos”, declarou o escritor e teólogo a uma plateia de aproximadamente 500 pessoas na Plenária 5 do Aterro do Flamengo.
Boff foi além e destacou que “um dos defeitos principais dos documentos da ONU é que nunca dão conta da realidade e das ameaças que pesam sobre o sistema vida e a humanidade”. Segundo o teólogo, eles estão mais preocupados em “salvar os sistemas bancários, a Grécia, a Espanha e o capital econômico”.
Sob aplausos, Boff ainda manifestou sua preocupação com o futuro da humanidade, o que ele chama de “questões fundamentais de vida ou morte”. Para ele, a humanidade não tem muito mais tempo para reagir ao inúmeros desastres naturais e alterações climáticas. “Podemos chegar atrasados e agora não temos como errar, pois não há tempo de corrigirmos nosso erro. Dessa vez é o sistema do planeta como um todo que está ameaçado”, manifestou.
Sobre a Carta da Terra, Boff citou alguns de seus parágrafos e assumiu que ela não é tão divulgada como gostaria, masacredita que isso ocorre porque ela “não é digerível por esse mundo vigente, principalmente sob a ótica do sistema capitalista”. Ele ressaltou que este é o documento elaborado com a maior consulta pública da história da humanidade e disse que “a carta exige tantas mudanças, mas desenha um tipo de humanidade que nós queremos e que é objeto fundamental da Carta da Terra”.
Assista à entrevista exclusiva com Leonardo Boff: