As novas três mil escolas que estão sendo construídas até 2014 no campo terão alojamentos para os alunos que enfrentam um longo deslocamento diariamente – muitas vezes via estrada de terra – para conseguir estudar, sobretudo no norte do país.

A medida foi anunciada pelo ministro da educação, Aloizio Mercadante, na noite de terça-feira (15/5), durante a abertura do 5º Fórum Extraordinário da União Nacional dos Dirigentes Municipais de Educação (Undime), em São Bernardo do Campo (SP).

A iniciativa integra o Pronacampo (Programa Nacional de Educação no Campo), programa do governo que, segundo o chefe do Ministério da Educação (MEC), visa sanar uma antiga lacuna da educação formal no país. “O Brasil nunca teve uma política educacional específica para o jovem no campo”, afirmou Mercadante.

Além do material escolar específico que será disponibilizado a partir do ano letivo de 2013, o ministro também mencionou a universalização da energia elétrica e o saneamento básico nas escolas situadas no interior do país como prioridades do programa. Outra iniciativa será a construção de 20 mil laboratórios de informática nas escolas voltadas para a população do campo.

Idade certa

Os diferentes desafios da alfabetização também foram abordados durante a fala de Mercadante. O ministro ressaltou os impactos da precarização durante o ensino básico, com consequente evasão escolar no ensino médio.

“Precisamos de um grande pacto educacional para a alfabetização na idade certa. Este é um dos grandes focos deste ano”, afirmou às vésperas do início do programa “Alfabetização na Idade Certa”, previsto pelo MEC para iniciar em junho.

De acordo com Mercadante, serão firmadas parcerias com iniciativas locais que já tenham demonstrado sucesso em programas de alfabetização infantil. “Com materiais e opções pedagógicas para quem precisar, vamos respeitar as diferenças regionais e colocar isso como prioridade absoluta, assegurando investimentos e o repasse de verbas”, garantiu.

Diante de uma plateia formada por secretários de educação, gestores, dirigentes e demais lideranças políticas da área, Mercadante destacou ainda o aumento do interesse de outros países no Brasil, em meio a crise econômica internacional. “Um maior investimento na educação é o que vai permitir ao Brasil liderar a economia do conhecimento, que é o futuro da economia mundial”, completou.