
Dois alunos de mestrado do Departamento de Informática do Centro Técnico Científico da PUC-Rio desenvolveram jogos que auxiliam no tratamento de crianças e jovens autistas. De maneira divertida e interativa, os games provam que a informática pode ser uma importante aliada na contribuição de necessidades específicas, ajudando a superar dificuldades de compreensão, interação social e fala. O jogo estará disponível na internet a partir de junho e ficará hospedado no site Jogos Educacionais.
Mesa touchscreen auxilia na interação de jovens
A estudante colombiana Greis Silva, de 26 anos, criou o jogo PAR (peço, ajuda, recebo), instalado em uma mesa touchscreen da própria PUC, que permite a interação social de jovens autistas entre 12 e 17 anos. No aplicativo, que pode ser customizado de acordo com as necessidades de cada um, o jovem autista só consegue desenvolver uma tarefa se tiver ajuda de outra pessoa com a mesma doença, o que o ajuda a identificar a importância de estar integrado aos demais.
“Aplicações computacionais desenvolvidas para interfaces multitoque permitem a interação de mais de uma pessoa ao mesmo tempo e podem contribuir de alguma maneira no apoio do tratamento da interação social de usuários autistas”, afirma Greis. Desde 24 de abril, a mesa touchscreen está sendo testada com oito crianças e jovens no Instituto Ann Sullivan, no Rio de Janeiro, especializado no tratamento do autismo.
Jogo de computador desenvolve vocabulário de crianças
Rafael Cunha, de 32 anos, criou um jogo de computador para desenvolver o vocabulário e ajudar no aprendizado de palavras e imagens para crianças autistas de 5 a 9 anos. Com um visual atraente e a ajuda de um simpático esquilo comandando cerca de 100 itens, elas aprendem a distinguir objetos como talher, colher e garfo, por exemplo.
Segundo Rafael, o interesse em desenvolver o jogo partiu da carência de softwares educacionais apropriados para crianças autistas. “Com eles é possível criar ambientes controlados, interessantes e sem distrações. Essas são consideradas características importantes para o sucesso no tratamento de pessoas com autismo”, declara.
Os resultados com os cinco meninos que participaram dos testes foram aprovados pelos pais. De acordo com eles, os filhos aumentaram o vocabulário e melhoraram na questão do foco e da concentração. Rafael já pensa em uma nova versão do jogo para iPad, iPhone e dispositivos com Android. A nova versão também contará com mais personagens, cenários e novas palavras.