indicatos de professores do ensino público na Argentina anunciaram nesta segunda-feira que encabeçarão uma série de protestos na província de Buenos Aires (capital) ao longo da semana para reclamar pelo que consideram como uma intenção do Governo autônomo de “reduzir a escola pública a sua mínima expressão”.
Expressam seu descontentamento também pela imposição de estabelecer o salário básico dos docentes em 2.860 pesos (654 dólares) contra 3.100 (709 dólares) que pedem os mestres.
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Com a medida, os professores de Buenos Aires colocarão em marcha o que chamam Semana de Luta contra o fechamento de graus e cursos após a decisão portenha de fechar 221 salas de aulas.
Sobre este ponto, o ministro de Educação de Buenos Aires, Esteban Bulrich, considerou que o corte de cursos “se converterá em melhores condições de ensino”.
O secretário-geral da União de Trabalhadores da Educação (UTE), Eduardo López, afirmou que não permitirá que a Administração de Mauricio Macri consiga fechar espaços de educação pública enquanto aumenta os subsídios para o ensino privado.
Eduardo López recomendou que no lugar de fechar graus e cursos, Buenos Aires requeira a abertura de centros infantis e a criação de um maior número de escolas que garantam a continuidade no processo de aprendizagem.
Os reclamos dos docentes iniciarão com abraços simbólicos nas escolas que consideram que são as mais prejudicadas pela decisão do Governo portenho, assim como a distribuição de panfletos e corte de ruas.
Para a jornada final dos protestos, que está prevista para a próxima sexta-feira, os professores organizarão uma caravana que se mobilizará pelos centros educativos afetados pelo fechamento de cursos e culminará na sede da Chefia de Governo de Buenos Aires.
Desarticulação do sistema educativo
O legislador pela Frente para a Vitória (FpV) Francisco Nenna, afirma que o prefeito portenho busca “muralhar a educação pública para beneficiar as escolas privadas”.
Nesse mesmo sentido, a deputada pelo Partido Socialista, Virginia González, recordou que se deve prestar atenção naqueles espaços onde se fecham mais de 200 cursos e graus, pois compreendem os setores sociais de maior vulnerabilidade.
“O que o ‘macrismo’ está fazendo é desarticular o sistema educativo da cidade e provocando uma situação de desestabilidade emocional nos alunos”, sustentou a congressista.
Um informe publicado em meados de 2011 pelo meio de comunicação Telam revelou que o investimento destinado por Mauricio Macri para subsidiar as escolas privadas aumentou mais de 50% entre 2008 e 2010.
Os sindicatos docentes concluíram na quarta-feira passada uma paralisação de 48 horas em demanda de um salário básico de 3.100 pesos, algo que o governo provincial descartou e ofereceu um básico de 2.860 pesos.
A notícia é de TeleSur
(Adital)