O governo israelense aprovou neste domingo a implementação da educação gratuita desde os três anos, uma das exigências do movimento de indignação popular que levou às ruas centenas de milhares de pessoas no último mês de setembro.
Por 21 votos a favor e oito contra, o gabinete de ministros aprovou a efetivação a partir do próximo ano letivo da gratuidade dos centros educativos desde a primeira infância, informou o Executivo em comunicado.
Os ministros também autorizaram a concessão de ajudas econômicas destinadas a financiar o cuidado de menores para os casos de famílias cujos dois progenitores trabalhem.
A gratuidade da educação a partir dos três anos é uma das recomendações do denominado Comitê Trajtemberg, ao qual o primeiro-ministro, Benjamin Netanyahu, encarregou propostas para atender as reivindicações dos manifestantes.
Cerca de 450 mil pessoas protagonizaram no início de setembro a maior manifestação da história de Israel na chamada “Marcha do Milhão”, o apogeu das grandes protestos contra a crise social iniciadas em julho.
Antes do final do mês, o Comitê Trajtemberg apresentou um relatório de conclusões no qual sugeria a Netanyahu cortar em 600 milhões de euros o orçamento de Defesa e equipará-lo ao de Educação em 2015.
O documento também defende a imposição de fortes multas a quem manter apartamentos vazios durante longos períodos e propunha regulações para romper oligopólios e aumentar os impostos sobre as rendas mais altas.
Outras de suas propostas eram facilitar aluguéis a famílias de classe média a um preço controlado pelas administrações e incluir no cálculo da taxa de crescimento elementos como o grau de desigualdade, a situação sanitária e a qualidade ambiental.