A segunda fase do vestibular da Fuvest começa no domingo e, até lá, os 29.203 candidatos que seguem na disputa por vagas não devem exagerar nos estudos, aconselham professores. A dica mais importante para a reta final é fazer as provas dos últimos anos como forma de revisar o conteúdo e conhecer a estrutura dos exames dissertativos.
Estão em jogo 10.852 vagas em cursos de graduação da Universidade de São Paulo (USP) e 100 na Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa. Exatos 2.300 treineiros também vão participar da segunda etapa.
No domingo, os candidatos fazem uma redação e 10 questões de interpretação de textos, gramática e literatura. Na segunda-feira caem 16 questões sobre história, geografia, matemática, física, química, biologia e inglês. Algumas são interdisciplinares.
A terceira prova, na terça-feira, tem 12 questões de duas ou três disciplinas relacionadas ao curso escolhido. Cada exame vale 100 pontos.
Neste processo seletivo a nota da primeira fase voltou a contar no cálculo da pontuação final do candidato – representa 25% do peso total. Para Alessandra Venturi, coordenadora pedagógica do Cursinho da Poli, a mudança foi positiva e contribuiu para que a nota de corte da primeira etapa subisse. “O aluno agora não pensa mais em passar de fase, mas conseguir uma boa pontuação na prova objetiva.”
O coordenador do cursinho Etapa, Marcelo Dias Carvalho, recomenda aos estudantes que leiam com atenção os enunciados da segunda fase e só respondam ao que a questão pede. “Mas não deixem a resposta em branco. Mesmo resoluções parciais são valorizadas”, afirma.
No primeiro dia de provas, o estudante deve ler o tema da redação e rascunhar algumas ideias antes de partir para as questões. “Já faça um esquema do texto e pense em argumentos para defender ou contradizer a proposta”, sugere a professora de gramática e redação do Colégio Stockler, Arlete Vieira. “Não deixe para pensar tudo no final, porque estará cansado.”
Nas dez perguntas a Fuvest costuma explorar as obras de leitura obrigatória e avaliar as capacidades compreensão e expressão do aluno.
Leia abaixo mais dicas para a segunda fase do vestibular da Fuvest:
Marcelo Dias Carvalho
Coordenador do Etapa
1. As questões geralmente são divididas em itens e, no segundo dia de provas, é comum que o mesmo enunciado tenha perguntas de diferentes disciplinas;
2. O aluno deve tomar cuidado com o tempo para resolver a prova. Por isso, é importante fazer exames dos anos anteriores para ter noção de quanto se leva para responder a cada pergunta;
3. Cuidado ao dimensionar o espaço para a resposta. O poder de síntese é muito importante;
4. Se não estiver conseguindo resolver uma questão, pule para a próxima. Todas as perguntas têm o mesmo peso na nota final;
5. Na medida do possível, não deixe resposta em branco. Resoluções parciais também são valorizadas pela banca examinadora.
Agostinho Marques
Diretor do Colégio Stockler
1. Separe com antecedência os documentos e o material escolar necessários para fazer as provas;
2. Faça o percurso até o local de prova até um dia antes do exame, para poder chegar tranquilo nos dias do vestibular;
3. Não exagere na alimentação nas vésperas da prova;
4. Durma cedo para acordar cedo nesta semana e chegar descansado no momento da prova;
5. Leve um lanche e água ou refrigerante para a sala de prova.
Leia abaixo mais dicas para a prova de língua portuguesa e redação da segunda fase do vestibular da Fuvest:
Nelson Dutra
Professor de português e literatura do Objetivo
1. Metade das questões é relacionada às obras de leitura obrigatória. Geralmente são elaboradas a partir do texto de um crítico ou de um outro escritor;
2. Também podem cair questões comparando temáticas das obras literárias;
3. É muito difícil não cair nada sobre Dom Casmurro, de Machado de Assis. Em compensação, caiu muito O Cortiço na primeira fase – e o livro deve ficar de fora da segunda etapa;
4. Parece que é uma obsessão da banca da Fuvest perguntar sobre voz passiva. Prepare-se para alguma questão sobre isso;
5. Nas questões de língua, geralmente é cobrado o aspecto semântico.
Francisco Achcar
Professor da USP e da Unicamp e coordenador do Objetivo
1. Como nos grandes vestibulares, não costuma cair gramática na Fuvest;
2. Espera-se do candidato compreensão, transformação e expressão de estruturas linguísticas;
3. Na parte de literatura, a banca põe trechos das obras – não pedem história literária, mas querem avaliar a compreensão dos livros pelo candidato;
4. Vai se dar bem quem leu as obras e chegar à prova razoavelmente estudado e capaz de se articular sobre elas;
5. Se quiser, nestas vésperas, leia trechos das obras por prazer, não por obrigação.
Célia Passoni
Coordenadora de língua portuguesa do Etapa
1. Se esqueceu de algum detalhe das obras, aproveite esta semana para fazer uma revisão;
2. A prova avalia a capacidade de leitura de textos em prosa que saem na imprensa, e algumas vezes peças de publicidade para cobrar formas de expressão;
3. Preste atenção às características comuns às obras; por exemplo, a temática da exclusão em Capitães da Areia e em Vidas Secas;
4. A redação da Fuvest exige maturidade do aluno ao propor temas de caráter conceitual, genérico, aberto. Use os textos da coletânea como suporte;
5. Leia as instruções antes de escrever a redação. Geralmente é solicitado que o aluno faça entre 20 e 30 linhas e sugira um título. Se não houver instrução rígida quanto ao título, prefiro que o candidato não escreva título para seu texto.
Arlete Vieira
Professora de gramática e redação do Colégio Stockler
1. A prova é quase sempre pautada em interpretação de textos e a parte de gramática é voltada para semântica;
2. Como são questões abertas, a redação da resposta merece cuidado especial. Dê respostas completas, coerentes e nunca comece com ‘que’ ou ‘pois’. A questão deve ser retomada por meio de um pronome ou um sinônimo. E essa dica não serve só para a prova de língua portuguesa;
3. Às vezes a resposta está na própria prova. O aluno precisa ter muita percepção e estar atento aos enunciados;
4. Normalmente usam o texto de literatura para cobrar interpretação;
5. Na redação, apresente na introdução o que vai discutir. Escreva dois ou três parágrafos de discussão e conclua em um parágrafo separado. Para te ajudar, leia artigos de opinião e editoriais de jornais.