publicado dia 17 de maio de 2018
6 atividades para trabalhar o currículo escolar no território
Reportagem: Redação
publicado dia 17 de maio de 2018
Reportagem: Redação
*Por Claudia Ratti
São muitas as possibilidades criativas para trabalhar o currículo escolar fora da sala de aula, explorando os potenciais educativos do território. Igualmente numerosos são os benefícios de dar às crianças a oportunidade de vivenciar a cidade em uma perspectiva educadora.
Inspirados no site Creative Star, elaborado por Juliet Robertson, consultora de educação especializada em aprendizagem ao ar livre, listamos 6 atividades para trabalhar no território temas como alfabetização, formas geométricas e outros conceitos matemáticos e ciências naturais. Confira:
Levar as crianças para uma atividade de escrita ao ar livre é uma forma de oferecer inspiração e criatividade que nem sempre são encontradas em um ambiente fechado. Do lado de fora da sala de aula, os alunos têm uma experiência multissensorial onde o contato com as cores, sons e texturas da natureza inspiram a criar histórias e ajudam a colocar os sentimentos no papel.
A proposta da atividade é explorar estas possibilidades e não se restringir apenas a mesas e cadeiras disponíveis no pátio da escola. Aproveite o ambiente! A própria natureza pode ser uma superfície para a escrita. Deixe as crianças sentarem no chão, na grama e se apoiarem nas árvores para escrever. A ideia é que os estudantes sintam aquele ambiente e deixem a criatividade fluir livremente. Para facilitar o trabalho, leve folhas de papel mais grossas e pranchetas de apoio. Depois da atividade, é interessante propor uma roda de conversa para compartilhar como foi a experiência de escrever ao ar livre.
No pátio da escola ou em uma praça, princípios da matemática tomam forma e facilitam a compreensão dos alunos. Com galhos secos, é possível trabalhar as figuras geométricas e mostrar na prática o que é o conceito de área e volume, por exemplo. Essa é a ideia por trás da construção de formas geométricas em 3D, uma atividade divertida e desafiadora tanto para as crianças quanto para alunos mais velhos.
Para colocar a atividade em prática, planeje com os estudantes quais formas geométricas serão trabalhadas. Para incentivar o trabalho em equipe, separe os alunos em grupos e oriente que busquem pelo ambiente externo a quantidade de galhos necessária para a construção da figura. Depois, devem posicionar e prender os galhos de maneira que a forma geométrica fique de pé. Não esqueça de separar as cordas e barbantes para prender um galho no outro.
Por que não levar as crianças para a natureza quando o tema da aula é corpo humano? A ideia da atividade é propor que os estudantes reproduzam um esqueleto humano com os elementos disponíveis no ambiente externo: galhos secos, pedras e folhas. É um desafio que exige paciência, criatividade, trabalho em equipe e dedicação para conseguir representar todos os ossos do corpo. O conceito da atividade também pode ser aplicado quando os alunos estiverem estudando os animais ou para simular fósseis.
De formas e cores variadas, as pedras são elementos que as crianças conseguem pegar, sentir e visualizar. Além de proporcionar uma experiência com diferentes sentidos, as pedras podem ser utilizadas para auxiliar o trabalho de alfabetização dos alunos. Com elas, é possível criar brincadeiras e atividades que ajudem no aprendizado das letras e palavras.
A primeira atividade pode ser construir um alfabeto de pedras. Oriente as crianças a escolher pedras de tamanho médio e não muito pesadas. Depois, cada letra deve ser escrita em uma pedra diferente. A partir disso você consegue propor diferentes brincadeiras dependendo da idade e habilidade dos alunos. Eles podem começar montando palavras com a combinação das pedrinhas, evoluir para frases e até mesmo produzir textos maiores.
Mostrar que a matemática também está presente na natureza é uma forma de aproximar os alunos da teoria. As árvores, por exemplo, podem ser aproveitadas para trabalhar diferentes conceitos, já que seus galhos apresentam naturalmente ângulos retos, obtusos e agudos. Em uma aula ao ar livre, separe os alunos em duplas para observação da natureza e proponha que encontrem os diferentes ângulos pelo ambiente. Depois, reúna os estudantes para compartilhar o que encontraram. Você também pode planejar uma atividade em que eles mesmos construam os ângulos com os elementos naturais disponíveis.
Os processos naturais mudam o meio em que vivemos constantemente e mostrar isso aos alunos também é uma forma de aproximar teoria e prática. Para isso, organize os estudantes para uma caminhada pelo bairro com a proposta de observar a natureza que está ao redor da escola e explicar essas ações com base em conceitos da física, química e biologia.
Em um primeiro momento, deixe que eles percebam a natureza a sua volta e levantem as questões. Antes da explicação, é interessante deixar que os próprios estudantes elaborem uma hipótese para aquilo que estão vendo. A observação pode ser desde o detalhe de um portão enferrujado até a forma como uma raiz levanta o concreto e invade a calçada para crescer. A ideia é perceber como esses fenômenos estão presentes no nosso dia a dia.
*Foto da Escola Municipal Marinho de Oliveira, em Quebrângulo, Alagoas, durante o Dia de Aprender Brincando 2018.