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publicado dia 16 de maio de 2018

Livro leva crianças a uma jornada sobre arquitetura, espaço público e cidade educadora

Reportagem:

Lina é uma menina ávida por aprender e a cidade educadora é sua maior aventura. A heroína que partilha o nome com a grande arquiteta ítalo-brasileira Lina Bo Bardi, percorre espaços públicos do Brasil e outros países, se deparando com experiências urbanas que têm a criança como paradigma de uma cidade para todos. Acompanhada por uma fiel escudeira capivara, ela conhece um viaduto que virou parque suspenso, uma praça colorida e ruas cuja única função é a do brincar.

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Lina é a protagonista do livro Casacadabra 2 – Cidades para Brincar. O projeto da jornalista Bianca Antunes e da arquiteta Simone Sayegh, com ilustrações de Luísa Amoroso, é um convite para que crianças se aproximem ludicamente do conceito de direito à cidade, e pensem a malha urbana enquanto espaço de inclusão para todas as idades.

“Falar de urbanismo com as crianças é falar de novas e diferentes possibilidades de cidades”, relata Bianca ao Portal Aprendiz. “Falar de cidade é apontar espaços e relações às vezes escondidos em meio à velocidade do deslocamento dos dias de hoje. Às vezes inclusive inexistentes na cidade em que vivemos”, acrescenta.

livro aberto mostra como é o livro casacadabra por dentro
A protagonista Lina e sua capivara Tiê conhece o High Line Park, em Nova Iorque / Crédito: Facebook do Casacadabra

O livro, que está em campanha de financiamento coletivo pelo Catarse, é o segundo trabalho das autoras sobre o tema de arquitetura e cidade. O primeiro Casacadabra, lançado em 2016, recortava construções arquitetônicas brasileiras e internacionais – a casa envidraçada de Lina Bo Bardi, uma construção flutuante de Frank Lloyd Wright, entre outras – revelando às crianças as diferentes maneiras de habitar.

“A ideia é que cada casa ensine um ponto mais técnico de arquitetura à criança sem a perda do lado lúdico, e a instigue a comparar as coisas com o que vê em sua cidade ou em sua própria moradia”, afirma a jornalista.

Cidades para Brincar

As autoras defendem a necessidade do olhar das crianças para o mundo, cidades, casas em que vivem e para as relação que ali se desenrolam para a qualidade de vida na urbe. “Se o ensino de arquitetura e da cidade começar pela criança, as cidades têm a chance de receber, no futuro, um olhar mais crítico e apurado de quem a constrói, na busca de melhores soluções urbanas”, escreveu Bianca no artigo Por que é importante dar ensino de arquitetura e urbanismo para crianças.

criança monta projeto com palitos
Para as autoras, crianças que aprendem sobre arquitetura e urbanismo podem transformar a cidade no futuro / Crédito: Facebook do Casacadabra

A ideia de uma cidade que ensina por meio de seus espaços comuns é resgatada no segundo livro das autoras, que visita dez espaços públicos pelo mundo em diferentes épocas e modelos de ocupação. São experiências como o High Line Park, um viaduto que se converteu em um parque suspenso sobre a metrópole de Nova Iorque (EUA), ou o Superkilen, área pública e colorida que atravessa um dos bairros mais diversos étnica e culturalmente de Copenhague, na Dinamarca.

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“Temos também o espaço público mais cru, que são a rua e as calçadas, ali onde todos nos encontramos todos os dias, para mostrar o balé da rua, como diria Jane Jacobs – a diversidade de pessoas que existe em um espaço saudável, cada um com seus objetivos, indo e vindo pelas calçadas em diferentes partes do dia. Esse espaço é representado pela Avenida Paulista”, refere-se Bianca à escolha de colocar essa via arterial da cidade de São Paulo na publicação.

ilustração de uma escadaria de roma onde pessoas brincam e se divertem
Uma escadaria em Roma (Itália) se torna ponto de encontro da cidade educadora / Ilustração por Luísa Amoroso

Além desse mosaico diverso de novas possibilidades de espaço público, o livro introduz ludicamente alguns conceitos comuns no pensamento crítico do espaço urbano: planejamento participativo, gentrificação e mobiliário urbano. A publicação também propõe atividades para se pensar a cidade educadora dentro da seção Mini-urbanista.

“Hoje existe uma lacuna entre os arquitetos/urbanistas e a sociedade, principalmente porque esses temas são ensinados apenas nos bancos das faculdades de arquitetura. Passar a perceber que a qualidade do espaço pode mudar comportamentos, por exemplo, é uma maneira de questionar o lugar em que vivemos, ou outros que visitamos, compará-los, buscar propostas para cidades mais humanas, mais vivas”, conclui Bianca.

A campanha do livro Casacabadra 2 vai até o dia 15 de junho na plataforma Catarse.

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