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publicado dia 20 de maio de 2016

Por mais cultura e educação, escola ocupa território abandonado na zona sul de São Paulo

Reportagem:

Por Debora Reis, da Escola de Notícias*, em colaboração com o Portal Aprendiz

No último domingo, dia 15 de maio, alunos, professores e funcionários da Escola Municipal de Ensino Fundamental (EMEF) Doutor Sócrates Brasileiro, situada no Jardim Catanduva, zona sul de São Paulo, ocuparam um terreno baldio que fica ao lado do prédio onde ela funciona.

“Essa ocupação tem a intenção de trazer visibilidade ao espaço e exigir que o poder público se posicione mediante a necessidade de mais locais educativos e culturais que o bairro tem, enquanto vários terrenos desconsiderados viram depósito de lixo ou pontos de venda de drogas ilícitas”, disse Solange, diretora da escola.

A ocupação tem a intenção de visibilizar o território e exigir que o poder público se posicione mediante a necessidade de mais locais educativos e culturais
Grafite pede revitalização do espaço e criação de um Galpão Cultural.

A EMEF Doutor Sócrates busca parcerias no território para qualificar os seus processos pedagógicos e estabelecer uma articulação local. Leia mais na matéria “Escola revê sua identidade a partir de fortalecimento de conselho escolar”.

Muito mais do que um simples evento com atrações para a comunidade – como grafitagem, apresentações de dança e música –, a ocupação ganhou força como reivindicação política, cultural e educacional. “Isso aqui é sinal de representatividade, mostra que a população não está de ‘chapéu’ diante de tudo o que está acontecendo”, afirmou MC Gaspar durante sua apresentação.

O projeto de revitalização do chamado “Galpão Cultural” foi idealizado durante reuniões do Conselho Participativo da escola, composto por professores, pais e moradores da comunidade – que não teriam, a princípio, nenhum vínculo com a EMEF. A necessidade de reapropriação de um espaço público que já estava parcialmente tomado por lixo e sendo usado por usuários de entorpecentes fez com que a escola fomentasse a criação do coletivo ‘Terreno público, território do povo!”, principal organizador do evento.

A ocupação tem a intenção de visibilizar o território e exigir que o poder público se posicione mediante a necessidade de mais locais educativos e culturais
Estudantes da EMEF prepararam apresentações artísticas para a ação.

“O prefeito precisa arrumar esses lugares para eu brincar”, diz Yasmin, de nove anos, aluna da terceira série, quando perguntada sobre a necessidade de ações como aquela. Sua mãe, Niucelina, diz ainda que é importante a criação de lugares para as crianças não só se divertirem, mas também aprenderem. Segundo ela, já existem locais com essa finalidade, mas a demanda da região é muito maior.

“Sobre as declarações de pais e alunos da escola e a participação dos mesmos nos eventos, é claro o posicionamento progressista e militante da EMEF Doutor Sócrates”, concluiu Anderson, integrante do coletivo Democracia Corinthiana, que chegou à escola através da homenagem feita ao ídolo do clube paulista. Do mesmo coletivo, Wladimir, ex-jogador do Corinthians, também esteve no local apoiando a iniciativa.

A ocupação tem a intenção de visibilizar o território e exigir que o poder público se posicione mediante a necessidade de mais locais educativos e culturais
Comunidade se mobilizou em prol do território.

* Debora Reis foi formada pela Escola de Notícias, da qual hoje é conselheira. A iniciativa social é formada por jovens moradores do Campo Limpo, zona sul da cidade de São Paulo, e tem o propósito de impulsionar transformações em diferentes Comunidades usando as Tecnologias de Informação e Comunicação (TICs).

Durante a ação, a escola foi informada de que o projeto de revitalização do galpão estava sendo encaminhado e, segundo a professora Teresa, que também é conselheira, a Secretaria do Verde e do Meio Ambiente aprovou o início de uma possível obra no local.

Estas pequenas conquistas são muito importantes não só para o crescimento da comunidade, mas também para o encorajamento dos moradores para lutas futuras, visando a constante evolução do bairro.

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