publicado dia 11 de fevereiro de 2015
Vetado por bancada religiosa, kit “Escola Sem Homofobia” pode ser baixado na internet
Reportagem: Redação
publicado dia 11 de fevereiro de 2015
Reportagem: Redação
“Há poucas coisas tão absurdas quanto fazer uma campanha contra um material didático produzido com o objetivo de combater o preconceito e a discriminação contra determinados grupos sociais e a estimular a tolerância e o entendimento de questões de identidade e de gênero”. Assim o blogueiro Leonardo Sakamoto definiu o veto ao material didático “Escola sem Homofobia”, que fazia parte do programa “Brasil Sem Homofobia” e visava trabalhar dentro da escola, com professores e alunos, temáticas relativa à gênero e sexualidade de lésbicas, gays, transsexuais, travestis etc.
A divulgação da cartilha foi feita pela revista em conjunto com um especial sobre o tema, que traz em sua capa uma foto do garoto britânico Romero Clarke, de 5 anos, que foi proibido de frequentar a escola por conta de sua identidade de gênero. O Portal Aprendiz já abordou o tema algumas vezes, confira:
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Batizado de “Kit Gay” pela bancada religiosa, foi vetado em 2011, acusado de ser um material “doutrinador” e fazer parte de uma “ditadura gay”. Como sete em cada dez brasileiros/as homossexuais já sofreram agressões e a cada 28 horas, um/a deles/as é morto/a, é possível concluir que essa ditadura vai bastante mal.
Com isso em mente, a Revista Nova Escola foi atrás da Associação Brasileira de Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis e Transexuais (ABLGBT), responsável pela elaboração do “Escola Sem Homofobia” e conseguiu publicar o material, que pode ser acessado na íntegra por aqui.
Além da cartilha, também estão disponíveis na internet uma série de vídeos elaborados pela ABLGBT sobre o tema. O caderno, dirigido à professores e gestores, é dividido em capítulos e aborda temas como gênero e suas desigualdades, homofobia, diversidade sexual e luta pela cidadania LGBT. Na parte dedicada à homofobia na escola, o material trata de questões como homofobia no currículo escolar, práticas homofóbicas, estereótipos e preconceitos e dá sugestões de como trabalhá-las dentro da sala de aula e no ambiente escolar.
A existência de diretrizes escolares é fundamental para a criação de um ambiente seguro e inclusivo para esses jovens. Ou como diz a apresentação do caderno: “Sua principal meta é contribuir para o reconhecimento da diversidade de valores morais, sociais e culturais presentes na sociedade brasileira, heterogênea e comprometida com os direitos humanos e a formação de uma cidadania que inclua de fato os direitos das pessoas LGBT.”
A partir de agora, o material está disponível para os professores que quiserem atravessar o obscurantismo e propor uma educação justa, igualitária para todas e todos. Confira.