publicado dia 25 de novembro de 2014
Cais José Estelita volta a ser ocupado por manifestantes
Reportagem: Redação
publicado dia 25 de novembro de 2014
Reportagem: Redação
“Eu sou contra o projeto Novo Recife e sou a favor do projeto Recife.”
Realizado pelo um coletivo de cineastas de Pernambuco, o vídeo Recife, cidade roubada mostra como a chama criada a partir da ocupação do Cais José Estelita, no centro histórico da cidade, segue acesa entre os moradores e ativistas da capital do estado. Com a participação do ator Irandhir Santos e do diretos Kléber Mendonça Filho, além de integrantes do Ocupe Estelita, o curta-metragem de 13 minutos faz um resumo da trajetória do movimento e questiona o uso da palavra novo para denominar o futuro de Recife.
Os ativistas pedem com urgência o cancelamento do projeto Novo Recife, considerando-o “um empreendimento amplamente prejudicial à saúde de nossa cidade”, de acordo com texto divulgado pelo movimento. A delicadeza e elegância do vídeo contrastam diretamente com balas de borracha e bombas de gás que a polícia utilizou para reprimir as ocupações.
O Projeto Novo Recife, que pretende construir 13 torres com mais de 40 andares em área de preservação histórica do centro-sul da cidade. Leia mais sobre o movimento Ocupe Estelita.
Ocupão
Reivindicando o direito à cidade, o movimento Ocupe Estelita também promoveu a primeira ocupação desde a reintegração de posse do local, ocorrida em junho.
Chamado de Ocupão, o ato reuniu cerca de seis mil pessoas no dia 16/11 e promoveu atividades que duraram das 13h às 23h, divididas em cinco polos. Para espalhar a ideia de uma cidade sustentável e feita por todos, os ativistas promoveram shows, rodas de diálogo, projeções de filme, oficinas, exposição de fotografias, debates e programação infantil (o coletivo Praias do Capibaribe refrescou as crianças).
Para aprofundar ainda mais as discussões, o geógrafo britânico David Harvey – que estava na cidade para o lançamento de seu livro Para entender O Capital – participou do Ocupão, e fez um pronunciamento exaltando o movimento. “Eu escrevo sobre o direito à cidade, vocês [sinalizando para o público presente] o praticam”.
Pedra sobre o Cais
Segundo o movimento, o momento atual é crucial. “Precisamos de toda a rede de apoio que se formou enquanto estávamos acampados. É importante que o maior número de pessoas possível tome conhecimento do problema para que a farsa da revisão negociada do Projeto Novo Recife não coloque uma pedra sobre o Cais Estelita e o processo que tem aberto as portas e janelas da cidade para que ela seja feita por todos e para todos”, finaliza o texto.