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publicado dia 14 de julho de 2014

Com centenas de atividades, Virada propõe reflexão sobre cidade sustentável

Reportagem:

“Sustentabilidade não é só cuidar das florestas”, explica André Palhano, coordenador da Virada Sustentável, que terá sua quarta edição realizada em São Paulo entre 28 e 31 de agosto. “Claro que tem ecologia, mas têm cidadania, erradicação da pobreza, redução de desigualdade, empoderamento, uso do espaço público, cultura de paz, direitos humanos, diversidade. O sustentável é um conjunto de temas que dizem respeito a como se organizar de maneira mais inteligente enquanto sociedade”, define.

A Virada Sustentável é atualmente o maior movimento de mobilização colaborativa sobre este tema no Brasil. Tudo começou em 2011, quando a ideia de alguns amigos reuniu mais de 500 mil pessoas, em 482 atrações, em 78 espaços. Desde então, já atingiu mais de 2 milhões de cidadãos.

“Na primeira edição, nós achávamos que sem 10 milhões de reais não conseguiríamos impactar como gostaríamos. Mas vimos que com uma verba limitada, dá pra fazer coisas incríveis articulando interessados e recursos. Você tem um megaevento formado de pequenos eventos, que entendem que o mais rico é essa essência, de construir junto com a linguagem e as questões dos locais e não pensar uma programação e impor na cidade”, descreve Palhano.

“Uma campanha de educação que nunca terá esse nome”

A ideia de não impor uma agenda sublinha as preocupações da organização da Virada, que pensa no evento justamente como uma forma de lidar com temas de sustentabilidade tangencialmente, sem ditar regras de comportamento ou o que se deve fazer.

“Percebemos que quando você falava em sustentabilidade as pessoas associavam com algo chato. Aí pensamos: por que não criar inspiração, em vez de apontar o dedo e dizer faça isso, seja aquilo?” O resultado é um percurso por toda cidade com contação de histórias, shows, exposições, passeios, vivências comunitárias e muitos mais.

“É como se fosse uma grande campanha de educação que nunca terá esse nome. Não vamos mostrar só o mundo horrível que teremos se continuarmos nesse ritmo, mas sim o mundo incrível que teremos se fizermos as coisas do jeito certo, com mobilidade, bicicletas, respeito, menos consumo, igualdade. Aí cada um decide o que quer para si”, pondera.

Para isso, a Virada – que reúne empresas, escolas e universidades, ONGs, órgãos públicos, coletivos de cultura, movimentos sociais e equipamentos culturais – terá atividades em sete parques, praças, largos e casas de cultura. Uma das ações pretende reforçar o caráter permanente de articulação da Virada – o “Conexões Ocupações – Como Virar sua Cidade” – reunirá movimentos de ocupação pública da cidade em workshops, oficinas e dinâmicas.

Gratuita, ela ocupará pontos da cidade dos Jardins até o Grajaú, onde o coletivo Imargem recebeu financiamento e carta branca para pensar uma programação. O resultado são atividades com grafite, artes plásticas e visitas aos agricultores orgânicos da região. “Você aumenta o poder e o alcance do tema quando se espalha pela cidade. Queremos cada vez mais ter essas antenas autônomas pelo espaço urbano, valorizando o que há de local”.

Confira a programação completa da Virada Sustentável 2014 clicando aqui.

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