Do site Sampa Criativa

“A presença da infância na cidade constrange, mas no bom sentido. Ela regenera o que há de humano na cidade. Quanto mais a gente sair com esses meninos na rua, melhor.”
Beatriz Goulart, arquiteta.

Imagine um ônibus escolar não poluente, saudável e que promova uma maior relação das crianças com a cidade? Essa é a ideia que está por trás do Walking School Bus [Ônibus Escolar Caminhante, em tradução livre], uma iniciativa simples, criada por David Engwicht em 1992, que é aplicada em cidades da Austrália, Nova Zelândia, Estados Unidos, Canadá e Europa.

Os estudantes são organizados em um comboio e são acompanhados por dois adultos com coletes refletores. O “ônibus” faz a mesma rota todo dia, com paradas fixas. Ele pode ser organizado por pais ou pela própria escola, que ajuda a diminuir a emissão de poluentes e oferece uma alternativa saudável para as crianças ocuparem a cidade.

A simpática ideia ajuda a combater a obesidade infantil e em Detroit, nos EUA, houve uma redução na criminalidade nas rotas do ônibus caminhante, ao reunir sociedade civil e instituições públicas, para pensar nas áreas da cidade frequentadas pelos jovens, acarretando na revitalização de terrenos baldios e comunicação com a polícia.

No sul da Inglaterra, a West Leigh Junior School, deu câmeras descartáveis aos alunos e pediu que eles ajudassem a planejar as melhores rotas para a escola, fizeram uma reunião com agentes de trânsito e conseguiram implantar cinco rotas, atendendo 100 alunos da região.

Para se ter uma ideia do tamanho do impacto, o número de viagens de carro aumenta cerca de 20% na volta às aulas na cidade de São Paulo, junto com o aumento de multas por estacionar em lugar proibido e fazer fila dupla, com grande impacto no entorno de grandes colégios da cidade.

Quer saber como incentivar essa prática? Os idealizadores disponibilizam online o guia Safe Routes to School e este folheto simples e explicativo.

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