publicado dia 19 de agosto de 2013
O aluno de escola pública é uma vítima.
Vítima de uma escola que ensina mal, vítima do baixo repertório cultural e educativo dos pais, vítima da falta de assistência médica e psicológica e vítima da falta de lazer em suas comunidades.
Meu receio com esse plano educacional lançado por Fernando Haddad, ampliando a repetência, é que a vítima seja transformada em vilão.
Deixar passar o ano sem que o aluno aprenda é desperdício de capital humano. Mas repetência em massa é apenas punir a vítima, aumentando a evasão.
O plano de Haddad traz pontos interessantes para minimizar esses riscos: aumento do reforço (inclusive nas férias) e avaliações bimestrais.
Interessante a ideia de criar sistemas de dependência. Assim o aluno passa o ano mas deve continuar estudando conteúdos passados.
Isso, porém, é o que está nos planos. Vai sair do papel? Conseguirão colocar bons professores nas aulas de reforço?
Haverá um esquema para detectar fatores que prejudicam o aprendizado, como questões de saúde?
Afinal, o discurso do prefeito é de que a prefeitura está quebrada.
Se não for feito isso, a repetência será apenas um instrumento de disciplina na mão do professor -que, aliás, também é uma vítima.
O resultado é que a vítima será tratada como vilão.
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Por isso, acredito que uma das melhores formas de melhorar uma nação é o ensino integral.