publicado dia 13 de agosto de 2013
Da Revista Diálogos do Sul
A Universidade Federal de Santa Catarina pode ter em breve um curso de Licenciatura em Educação Quilombola. A instituição, que já possuir um curso de Licenciatura Indígena desde 2011, recebeu e aprovou a proposta, elaborada pelo Movimento Negro Unificado de Santa Catarina (MNU/SC), pelo Coletivo de Professores e Professoras das Comunidades Quilombolas de Santa Catarina e pelo Núcleo de Estudos de Identidades e Relações Interétnicas da UFSC (NUER).
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A criação foi aceita pela Pró-reitoria de Graduação e nos próximos meses terá seu currículo montado por um Grupo de Trabalho. Depois, seguirá para aprovação do Ministério da Educação e do Conselho Universitário da Universidade. Estimativas recentes revelam que hoje existem espalhadas pelo país em torno de 3 mil comunidades remanescentes de quilombos. A formação quilombola, composta por negros que fugiam da situação de escravidão, foi regulamentada em 2003, pelo decreto federal nº4887. Até o presente momento, 1500 comunidades foram certificadas pela Fundação Cultural Palmares e pelo Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (INCRA).
O curso, inédito no país, deverá dialogar com as diretrizes curriculares nacionais para a educação quilombola e com a lei federal 10.693/03, que incluiu o ensino da história afro-brasileira e africana nas escolas do país. “Trata-se de viver e falar que história é essa, de preconceito e exclusão, vivida pelos negros. A presença negra teve um papel fundamental na economia da região sul em várias frentes, contribuição que nunca foi efetivamente reconhecida”, afirma Raquel Mombelli, do NUER.