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O reitor da Universidade de São Paulo (USP), João Grandino Rodas, o primeiro a ser empossado após ficar em segundo lugar na lista tríplice, por escolha do governador José Serra, em 2009, declarou na manhã desta quinta-feira (11/7) a abertura de discussão para a implementação de um processo de democracia direta na escolha dos próximos dirigentes universitários.

“Para assegurar o envolvimento do maior número possível de uspianos, com grau de motivação elevado, nada melhor que propiciar a todos eles a participação efetiva na escolha de seus dirigentes: dos chefes de departamento, passando pelos diretores, chegando até ao reitor”, afirmou Rodas. “Importa abrir-se tal oportunidade na certeza de que os cento e vinte mil uspianos participarão, uma vez que os destinos da Universidade e os seus próprios estão em jogo.”

A declaração foi feita durante o programa “Palavra do Reitor”, da Rádio USP, a partir de ofício apresentado no dia 9/7 e disponível na íntegra em site criado para a discussão do processo de democratização das estruturas de poder da universidade, reivindicação antiga de entidades estudantis, sindicatos de professores e funcionários e associações.

Em nota, o Diretório Central dos Estudantes da USP Alexandre Vannucchi Leme (DCE Livre/USP), creditou a mudança à luta da comunidade universitária por mais democracia ao longo dos últimos anos e afirmou que as alterações “refletem, também, o receio dos poderosos diante da atual conjuntura de luta e ofensiva social por que passamos em nosso país”.

O diretório dos estudantes também demonstrou preocupação na condução do processo, que será realizada pelo reitor. “Ele próprio só chegou ao seu cargo por conta de nomeação direta do então governador do estado, José Serra. Além disso, ao longo de toda sua gestão, a marca de Rodas foi o autoritarismo. Jamais nosso reitor de fato atendeu às demandas democráticas da universidade. Pelo contrário, foi ele quem protagonizou algumas das piores cenas da história da USP, como a entrada da Tropa de Choque da Polícia Militar, em 2011, ou a perseguição a professores, funcionários e estudantes por conta de sua atuação política”.

Democracia interna

Questionado se mudaria o processo de escolha por lista tríplice por parte do governador, Rodas, cuja gestão termina em 24 de janeiro de 2014, ressaltou que “as mudanças das regras externas não cabem”, mas afirmou que os diretores de unidades serão escolhidos diretamente. “São regras, estou fazendo uma proposta geral de democratização de eleição direta.”

Hoje a eleição do reitor se faz em dois turnos, no primeiro, os membros dos conselhos e das unidades escolhem oito nomes. Com base nesta lista, há um segundo turno onde são eleitos três nomes. O processo totaliza cerca de 2.000 votantes na primeira etapa e cerca de 400 na segunda. A partir da nova proposta, cerca de 120 mil uspianos votariam, entre professores, funcionários e estudantes. A aprovação depende do Conselho Universitário, que irá discutir as diferentes propostas para implementação do processo.

Até o dia 20 de setembro, o site Democracia-USP receberá sugestões da comunidade uspiana e da sociedade civil, que serão sistematizadas e debatidas em primeira instância no Conselho Universitário (CO/SP), que acontecerá no dia 1º/10. Também é possível encontrar documentos, propostas e textos de referência no site.

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