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publicado dia 18 de junho de 2013

Conselho da Cidade se reúne com MPL para discutir transporte

Reportagem:

Manifestantes chegam à avenida 23 de maio.

Com informações da Agência Brasil e Uol

Após a manifestação que parou São Paulo ontem, reunindo mais de 60 mil pessoas espalhadas por diversas ruas e avenidas da capital, o prefeito Fernando Haddad convocou uma reunião extraordinária do Conselho da Cidade e convidou o MPL (Movimento Passe Livre), grupo que organizou os cinco atos contra o aumento da tarifa de ônibus e metrô, para participar da discussão. A conversa deve abordar os problemas do transporte público paulistano.

O Conselho da Cidade é formado por 136 conselheiros e tem como objetivo acompanhar o plano de metas da gestão municipal e analisar a revisão do plano diretor da cidade – o órgão tem caráter consultivo, e não deliberativo. Outros temas podem ser escolhidos pelos conselheiros, que variam de representantes de movimentos sociais e sindicatos a artistas, intelectuais, jornalistas e políticos, além de empresários e lideranças religiosas.

Segundo o jornalista Leonardo Sakamoto, um dos conselheiros presentes na reunião, “a maior parte dos membros do Conselho da Cidade tem se manifestado a favor da revogação imediata do aumento nas passagens de ônibus”. Eles propõem que o poder público convoque uma ampla discussão com a sociedade sobre o transporte público.

Ainda nas palavras do jornalista, “houve pesadas cobranças a respeito dos lucros das empresas de transporte e a necessidade de diminuí-los, uma vez que estamos no momento de rediscutir os contratos com as empresas de ônibus. Muitas falas repudiaram a violência e outras lembraram que este não é um debate técnico, mas sim político”.

As manifestações contra o aumento da tarifa no transporte público se espalharam pelo Brasil e aconteceram em mais de 20 cidades ontem. Em São Paulo, a multidão tomou a avenida Faria Lima e se dividiu em dois caminhos: uma parte rumo à avenida Paulista, e outra em direção a ponte Octávio Frias de Oliveira (Estaiada). Este último grupo ainda seguiu para o Palácio dos Bandeirantes, onde houve tumulto e conflito com a polícia militar.

Em Brasília, manifestantes ocuparam a cobertura do Congresso Nacional. No Rio de Janeiro houve confronto com a polícia quando o protesto chegou à Assembleia Legislativa (Alerj). Dois manifestantes foram baleados e estão internados. A população foi às ruas em outras oito capitais, como Belo Horizonte, Curitiba, Porto Alegre e Belém.

Redução da tarifa

Após a reunião com o Conselho da Cidade, o prefeito de São Paulo, Fernando Haddad, se comprometeu a examinar as planilhas de custo referentes ao transporte público. Ele disse que vai “refletir no que poderia cortar de serviços para viabilizar a redução da tarifa”.

Além da revisão das planilhas, Haddad prometeu examinar o lucro dos empresários das concessionárias de ônibus. “Como cidadão, acho que quem deveria financiar o transporte público é o transporte individual”, comentou o prefeito.

Jilmar Tatto, secretário municipal de Transportes, participou da discussão e afirmou que a revogação do aumento custaria R$300 milhões para o município. Ele se mostrou favorável à cobrança de um imposto sobre a gasolina direto da bomba.

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